Em
nota divulgada na tarde desta quinta-feira (3), o Exército diz que "o
Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por
escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general". "Desta
forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte
do general Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo
que havia sido instaurado", diz o comunicado.
No
começo da semana, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de
Oliveira, já sinalizava a colegas de farda que integram o Alto Comando que a
possibilidade de não punir Pazuello estava na mesa de discussões.
Oliveira
alegou que a pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro era um fator
relevante e poderia ser decisivo para não punir o general da ativa, ex-ministro
da Saúde.
Diante
da possibilidade, concretizada nesta quinta, discutiu-se, então, uma passagem
imediata de Pazuello à reserva. Este movimento, porém, dependeria do próprio
general, que já havia dito a integrantes do Alto Comando que não tomaria essa
iniciativa enquanto durar a CPI da Covid no Senado, onde é um dos principais
alvos.
Depois
do ato no Rio, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que a punição
discutida de Pazuello tinha por objetivo "evitar que a anarquia se
instaure dentro das Forças Armadas". "A regra tem que ser aplicada
para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças. Assim como tem gente
que é simpática ao governo, tem gente que não é."
Generais
do Alto Comando manifestaram o desejo de que ocorresse com Pazuello pelo menos
algo semelhante ao que ocorreu com Mourão em 2017, quando ele perdeu um posto
na cúpula do Exército após defender a possibilidade de intervenção militar.
Em
2015, Mourão perdeu o comando militar do Sul por criticar a presidente Dilma
Rousseff. Em 2018, aliou-se a Bolsonaro e se tornou o vice na chapa para a
Presidência da República.
Pazuello
não foi punido e não foi para a reserva. Pelo contrário: ganhou um cargo no
Palácio do Planalto. Ele é, desde o dia 1º, secretário de Estudos Estratégicos
da Secretaria de Assuntos Estratégicos, vinculada à Presidência da República.
No
fim da manhã de domingo (23), Pazuello subiu sorridente ao carro de som onde
estava Bolsonaro. Pouco antes houve um passeio de moto com apoiadores, do
Parque Olímpico ao aterro do Flamengo. O percurso teve 40 quilômetros. Ao fim,
houve discurso aos apoiadores.
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