“Essa exposição busca fazer essa viagem no tempo através dessa arte centenária passando pela sua origem, as transformações além do tempo, e é claro, buscar valorizar ainda mais a essa arte cuja batida é única e tem como característica o trupé dos tamancos na percussão, criados pelo saudoso Lula Calixto”; destaca Amannda Oliveira.
A exposição fica aberta ao público das 14 às 18h de segunda a sábado e pode ser vista através de um passeio virtual no Instagram da exposição @expotamancos com acessibilidade em libras. A apresentação da exposição é feita por Marcia Moura, professora, ativista cultural e pesquisadora de cultura popular.
Apresentação
da Exposição:
Há
mais de um século, uma gente abençoada pelo Sol do Sertão, cultiva a dança
encantatória do Samba de Coco e do Trupé, juntando mestres e brincantes que se
achegavam da Zona Rural de Arcoverde, Buíque e Águas Belas, trazendo no corpo e
na alma, os símbolos rituais dos povos indígenas sertanejos, e dos quilombolas
espalhados pela região, que na Batalha, ou no Sitio Coqueiro, durante as
novenas do mês de maio, nas casa de taipas e nos terreiros, que tinham como
costume, rezar, cantar benditos e ao término da novena, guardar os santos,
fechar os oratórios e começar a sambada de coco, puxada pelas mestras e
mestres, com seus ganzás, improvisados com latas e por palmas de mãos , levando
os participantes a celebração da vida e da cultura popular. Na pisada do coco e
do trupé, no chão de barro batido, ou de cimento, das casas. Ao longo dos anos,
os instrumentos e repertório, foram ricamente elaborados, e com palco,
figurinos e shows, bem caprichados, tornaram, mundialmente conhecida, a batida
do surdo de Biu Neguinho; marca inconfundível do samba de Coco arcoverdense.
Junto, com o som inebriante dos tamancos, usados pelos jovens dançarinos, que
levam as plateias envolvidas nos espetáculos, a experimentarem, um verdadeiro transe....
Amanda
Oliveira, fotógrafa sensível e apaixonada pelas nossas tradições, nos
presenteia com uma rica memória afetiva, revelando o cotidiano das mestras,
mestres, e herdeiros do samba de coco, fazedores de cultura, de festas e
alegria, celebrando a vida com beleza e resistência, mostrando as brincadeiras,
que fazem acontecer, nos seus terreiros, nas casas, escolas, praças e palcos,
da nossa terra, sem se deixar abater , pelas ausências físicas ou pela falta de
políticas culturais mais atentas e presentes, bem como da cultura de massa que
tenta sufocar artistas e arte popular.
Amanda
Oliveira ilumina nossos sentidos, com formas, cores, e o som da percussão dos
tamancos, nos tablados dos palcos, e nos palcos da vida, que se expressam e
evoluem, como mais um instrumento do samba de coco e nos convida a apreciar a
beleza de quem fez, faz, viveu, vive e resiste no Samba de Coco arcoverdense,
para o Brasil e o mundo.
A
tradição se perpetua e reacende sua chama com as crianças e jovens do Samba de
Coco das Irmãs Lopes, Samba de Coco Trupé e Samba de Coco Raízes de Arcoverde e
em mais outros que estão e que virão inspirados na força dos cantos e danças
dos terreiros sagrados da COHAB I, São Miguel e Alto do Cruzeiro.
Um
salve para Amanda Oliveira, para os TAMANCOS, para Ivo Lopes e Lula Calixto (in
memória), para as mestras, para os mestres e brincantes da nossa mais forte
tradição!
Fotógrafa:
Amannda
Oliveira é historiadora, fotógrafa, blogueira e contadora de histórias.
Acompanha grupos de cultura popular na cidade de Arcoverde há mais de 10 anos,
um amor e trabalho que veio com as matérias que criava para o Blog Falando
Francamente. A fotógrafa realizou recentemente a exposição “ A Magia da Folia
dos Bois e dos Ursos” e em 2019 ganhou destaque com a “Exposição Olhares do
Cecora” que mostrava a maior feira livre de Arcoverde.
Ficha técnica:
Fotografias - Amannda
Oliveira
Curadoria- Givaldo Silva
(Bob)
Texto de Apresentação –
Márcia Moura
Trilha Sonora – Samba de
Coco de Arcoverde direção de fotografia
Serviço:
Exposição Tamancos
Período: De 08 a 16
de abril
Horário: Das 14 às
18h
Local: ComunicArte – Avenida Zeferino Galvão, n.º 192 ( Próximo a Estação da Cultura)
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