
O
Grupo de Pesquisas em Computação Biomédica, do Departamento de Engenharia
Biomédica (DEBM) da UFPE, com colaboração de estudantes de graduação, de
pós-graduação e egressos de Engenharia Biomédica, desenvolveu modelo de teste
rápido da Covid-19 usando exames de sangue e Inteligência Artificial. O
invento, batizado de Heg.IA por conta da deusa grega da saúde, Hégia (ou Hígia)
e a Inteligência Artificial (IA), possibilita os resultados em uma ou duas
horas e confere alta taxa de acerto, com acurácia de 96,89%, especificidade de
0,9214, e sensibilidade de 0,9365. Assista ao vídeo ilustrativo no
YouTube.
Sob
a coordenação dos professores Wellington Pinheiro e Ricardo Emmanuel de Souza,
ambos do DEBM, o teste, ainda em fase experimental, foi desenvolvido levando em
conta as normas para software de diagnóstico médico dos principais países. “No
Brasil, a Anvisa ainda não regulamenta software para diagnóstico médico, mas,
estamos buscando seguir as normas para regulamentação de equipamentos médicos
que possam se aplicar a softwares de diagnóstico”, afirma Pinheiro. Dada a
lacuna na legislação, o professor alerta que “os pacientes assinarão termos de
consentimento livre e esclarecido (TCLEs), tendo ciência de que o método é
experimental”.
Segundo
seus idealizadores, o funcionamento é bastante simples. A ideia é que o
paciente com sintomas característicos da Covid-19 se dirija a instituições de
saúde e seja avaliado pela equipe médica, que irá solicitar alguns exames de
sangue, recomendados pelo Ministério da Saúde. Após acessar os resultados, o
profissional de saúde poderá, então, acessar o sistema Heg.IA onde deverá
anexar ou digitar os resultados dos exames de sangue. Então, o sistema irá
gerar imediatamente um laudo médico, com diagnóstico positivo ou negativo para
a Covid-19 e um direcionamento de internamento. Com esse laudo, a equipe médica
poderá decidir a melhor conduta clínica para o paciente.
De
acordo com o professor Pinheiro, mediante convênio já firmado com a UFPE, o
Heg.IA será disponibilizado à população do município de Paudalho, que foi
escolhido por estar numa situação bem difícil quanto à disseminação da doença,
devido a dificuldades para aplicar medidas de isolamento social. “Além disso,
existem poucos testes rápidos e testes RT-PCR para o diagnóstico da Covid-19 e
a população só conta com o diagnóstico clínico, daí nossa solução vem auxiliar
nesse cenário, dando mais elementos para que os médicos possam tomar decisões mais
confiáveis”, afirma o professor, para quem “somente testando amplamente é
possível se tomar medidas realmente efetivas de transição, para reabertura do
comércio e controle de áreas onde a contaminação esteja fora de controle, por
exemplo”.
O
projeto contou com o apoio financeiro da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa da UFPE, por meio do auxílio a projetos emergenciais contra a
Covid-19, da Google, que doou por três meses seu espaço em nuvem para hospedar
a ferramenta, da Facepe, CNPq, Capes, além da colaboração da Prefeitura de
Paudalho, e Freepik, que cedeu imagens utilizadas no Sistema. O superintendente
do HC-UFPE, professor Luiz Alberto Mattos, também participou da iniciativa. Do DP
Nenhum comentário:
Postar um comentário