
Sem
dizer até agora a que veio, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia,
foi informado, por pessoas próximas e ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, que
ele pode ser demitido nos próximos dias. Vai ter que pegar a nave e voar da
cadeira de ministro, porque o chefe do Executivo pretende colocar no cargo um
nome ligado a parlamentares do centrão. No momento, Bolsonaro cogita entregar o
ministério para o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Ex-ministro
do governo Temer, Kassab está afastado, há 500 dias, do cargo de secretário-chefe
da Casa Civil do governo de João Doria (PSDB) em São Paulo. Ele foi alvo de uma
operação da Polícia Federal, acusado de receber R$ 58 milhões em propina da JBS
entre 2010 e 2016. Desde o ano passado, ele está afastado da gestão Dória por conta
de um pedido de licença não remunerada.
A
investigação é um entrave para a nomeação dele ao ministério, em razão dos
prejuízos que traria para a imagem do presidente e seu governo. A alternativa,
estudada pelo Executivo, é colocar um indicado de Kassab na pasta de Marcos
Pontes. O astronauta, primeiro brasileiro a ir ao espaço, decepcionou a
comunidade científica e de tecnologia ao não ter posições firmes em meio a
perda de verba para a comunidade científica e universidades.
Ele
também não se posicionou contra demissões em seu ministério, como Ricardo
Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pontes,
que tem trajetória acadêmica, científica e foi militar da Força Aérea
Brasileira (FAB) tem ficado apagado no governo e não ganhou apoio popular como
Damares Alves, dos Direitos Humanos e Henrique Mandetta, que ocupou o
Ministério da Saúde.
Na
cúpula do Ministério da Ciência e Tecnologia a demissão de Pontes é dada como
certa e a equipe dele já está avisada. O governo vê como a pasta mais fácil de
trocar, sem gerar novos capítulos em uma crise que afeta a política nacional. Pelas
redes sociais, o ministro Marcos Pontes negou que esteja próximo de deixar o
governo. Ele não conhece o presidente que tem.
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