
“Isso
teria que ser federalizado. Passar para o regime próprio de Previdência não deu
certo, a maioria está quebrado, não tem condições. Muitos estão em estado de
insolvência. Não sei se a reforma da Previdência está colocando os estados e
municípios, mas é algo a se pensar”, comentou o presidente do Tribunal de
Contas de Pernambuco, Marcos Loreto, em entrevista concedida ao cientista
político Antônio Lavareda, neste sábado (9), no programa 20 minutos da TV
Jornal.
Questionado
sobre a situação previdenciária dos municípios pernambucanos, Marcos Loreto
explicou que o modelo de Previdência própria está provocando uma situação de
insolvência nos municípios. “Os prefeitos muitas vezes, desesperados, sem
condição nenhuma de conseguir fazer investimentos, retiram aquele dinheiro.
Está sendo visto que não deu certo a questão da Previdência ser gerida por um
ente municipal. Isso realmente teria que ser repensado e ficar com a federação,
com o órgão federal”.
A
PEC paralela, que teve seu texto principal aprovado em primeiro turno no Senado
na última quarta-feira (6), foi um dos pontos discutidos na entrevista. Para
Loreto, a PEC, que inclui estados e municípios na reforma da Previdência, seria
uma alternativa positiva. “Eu sou otimista. Vejo que a única solução é ser
aprovada a PEC para os estados e municípios, isso daria uma luz no fim do
túnel”, argumentou.
Marcos
Loreto explicou como funciona as atividades de fiscalização do TCE em época de
eleição e comemorou a economia de R$ 2,3 bilhões nos últimos 7 anos devido ao
trabalho preventivo de fiscalização do Tribunal nos municípios. “Tivemos a
‘Operação Eleições’, que é a visita do TCE a todos os municípios e prefeituras,
foi uma ação preventiva muito exitosa. Nós conseguimos inibir qualquer gasto
indevido, qualquer tentação. Fizemos nas últimas eleições e como deu certo,
provavelmente vamos repetir nas próximas”.
Mais transparência nas contas públicas
De
2017 a 2018, dados do Tribunal de Contas de Pernambuco apontam que em 74% dos
municípios houve uma melhoria no grau de transparência e de prestação de contas
à sociedade. Loreto justificou esses dados com o trabalho do TCE na
fiscalização dos municípios. “O tribunal trabalhou de forma mais intensa sobre
isso, dando prazos aos gestores e abrindo auditorias especificas sobre o tema”.
Marcos
frisou a importância da vigilância feita pelos cidadãos para garantir a
transparência e eficiência nos municípios. “É importante que o cidadão saiba
que é com o controle social que se consegue avançar com as coisas nesse país.
Por isso investimos tanto nos portais de transparência dos estados. Só com a
vigilância da população podemos avançar”.
“O
Tome Conta é um portal que condensa todos os dados efetivos da administração.
Todo cidadão pode e deve acompanhar como o gestor está gastando os recursos
públicos do seu município ou estado”, concluiu. Por Gabriela Carvaho/JC Online
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