
No
dia em que o Papa Francisco canonizou, no Vaticano, a baiana Irmã Dulce, a
Igreja Católica anunciou os detalhes dos trâmites que podem fazer com que outra
nordestina, desta vez uma pernambucana, também seja considerada santa. Caso
isto aconteça, será a primeira do estado. O processo de beatificação e
canonização de Maria da Luz Teixeira de Carvalho, a Irmã Adélia, foi aberto na
Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé e segue caminhando com as
comissões histórica e teológica. O documento de solicitação de prosseguimento
do processo foi enviado a Roma no dia 5 de setembro. Três requisitos são
necessários para a homologação da candidatura: a fama de santidade, o exercício
das virtudes cristãs e a ausência de obstáculos insuperáveis contra a
canonização. É necessária, ainda, a comprovação de dois milagres.
Durante
coletiva à imprensa realizada neste domingo (13) para anúncio destes detalhes,
no Colégio Damas, bairro das Graças, foi inaugurado um memorial à memória da
religiosa, que estará aberto diariamente. Ele traz para exibição pública a
maior parte dos 230 itens do acervo de Irmã, a exemplo de roupas, quadros,
manuscritos, relógios, mortuário, mobília, óculos, bolsas e até mesmo
recipientes contendo o óleo e a água benta que ela utilizava para a unção. O
espaço funcionará de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 14h às 17h, e aos
domingos, das 8h às 12h.
Antes
de seguir para o Vaticano, o processo de beatificação e canonização foi
aprovado pelos bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB). No dia 5 de setembro, em nome da Diocese de Pesqueira,
capitaneada pelo bispo Dom José Luiz, a solicitação foi enviada à Roma. De
acordo com o Frei Jociel Gomes, postulador do processo de canonização, o
momento agora é de espera pela resposta que pode acontecer entre seis meses e
um ano. Foram constituídas as comissões histórica e teológica, que recolhem
toda a documentação civil/religiosa a respeito.
Com
este material, será elaborado um relatório a ser anexado ao processo,
futuramente. Caso haja a resposta do Vaticano seja positiva, o momento será de
escutar testemunhas que conviveram com a Irmã e possam falar sobre a sua
santidade. “Já temos uma lista de aproximadamente 30 pessoas. E devem,
certamente, aparecer outras. Será algo em torno de um ano e meio de escuta. Ao
final, toda a documentação será levada a Roma. A partir daí, não temos como
estipular o prazo final de todo o processo”, afirma. Ele solicita que quem
tiver conseguido graças por interseção da Irmã procure o Colégio Damas para
fazer seu relato.
André
Silva de Moura, professor do departamento de História da Universidade de
Pernambuco (UPE), preside a Comissão Histórica, composta por três historiadores
e arquivistas (André, Dirceu Marroquim e Pedro Lopes), além de um membro da
congregação a qual a Irmã pertencia, Irmã Rosimar. Do Diário de Pernambuco
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