O
presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o
ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) operou o processo de impeachment da também
ex-presidente Dilma Rousseff. "Ela ia cair de qualquer jeito, mas operar o
processo pensando em cargos futuros pode gerar um governo com
dificuldade", disse ele durante o Festival Piauí de Jornalismo, neste
sábado (5).
"Fui responsável por não derrubar o Temer. Não seria
razoável. Não tive medo, ao contrário. Continuo fazendo a mesma coisa,
presidindo a Câmara e impondo os limites entre o legislativo e o
executivo", diz ele.
O
assuntou surgiu após ser questionado se teria sido covarde por não ter seguindo
com o processo de impeachment do Temer. "Nove em cada 10 políticos
comandariam o impeachment, mas fiz o contrario. As ambições pessoais não podem
estar acima do cargo." Maia, no entanto, afirmou que o governo de Temer
conseguiu fazer muita coisa e tocado uma agenda de reformas apoiada pelo atual
governo de Jair Bolsonaro.
Maia
afirmou que elogia e agenda econômica de Bolsonaro. Segundo ele, o inchaço das
contas públicas é o que impede o crescimento econômico do Brasil. "Com
juros a 5% e câmbio a R$ 4,00 só não estamos crescendo porque a máquina tá muito
grande. Temos a necessidade de repensar o estado e a aprovação das reformas
administrativa e tributária é fundamental", disse.
Maia
afirma que as políticas salariais das estatais são cerca de 40% mais altas do
que nas empresas privadas e utiliza a Eletrobras como exemplo de má gestão.
"Já falei para [o ministro da Economia, Paulo] Guedes que ele precisa
mostrar esses números para os deputados. Que isso ajudaria a aprovar a
privatização [da estatal]." Outro exemplo foi a média salarial dos cargos
administrativos da Câmara. "Uma vaga que existe ensino médio tem salário
de R$ 15 mil. É muito mais alto do que em qualquer empresa", diz.
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