
O
governo federal lançará um modelo de contrato inédito no país para tentar
aumentar a chance de emprego de jovens de baixa renda. Na iniciativa,
chamada de contrato de impacto social (CIS), uma organização privada será
responsável por qualificar mil jovens de forma a que eles consigam trabalho e
se mantenham nas vagas por pelo menos quatro meses.
A
entidade só será paga se um avaliador independente comprovar que as metas foram
cumpridas. O objetivo é aumentar a efetividade das políticas públicas, com
menos custo para o governo.
Comum
em vários países, como Reino Unido, Estados Unidos e Israel, o modelo não
deslanchou nas duas vezes em que foi tentado no Brasil.
Na última gestão de Geraldo Alckmin, o projeto de um CIS para reduzir a evasão no ensino médio em São Paulo foi abandonado após pressão dos sindicatos, que o consideravam uma forma de privatização da educação.
Na última gestão de Geraldo Alckmin, o projeto de um CIS para reduzir a evasão no ensino médio em São Paulo foi abandonado após pressão dos sindicatos, que o consideravam uma forma de privatização da educação.
No
Ceará, contrato para reduzir a ocupação desnecessária de leitos hospitalares
-transferindo doentes crônicos para atendimento domiciliar- aguarda licitação.
Segundo
dados do Insper Metricis, que pesquisa desenho, execução e avaliação de
programas de impacto social, 330 contratos foram lançados ou estão em fase de
elaboração no mundo desde 2009. Do total, 18% tiveram objetivo semelhante ao do
Ministério de Economia de Bolsonaro: aumento da empregabilidade.
A
consulta pública, encerrada neste mês, estipulava um teto de R$ 4 milhões. Mas
o custo pode ser menor, já que o vencedor -que precisará comprovar ao menos
cinco anos de experiência em formação profissional- será o que apresentar menor
preço.
Com
o pagamento atrelado a resultados, "só as organizações comprometidas, que
têm certeza de que seu programa é muito bom, vão entrar", diz Lycia Silva
e Lima, coordenadora do FGV EESP Clear, que integra uma rede global voltada ao
aperfeiçoamento de políticas públicas.
Mas bons candidatos podem ser desencorajados pelo risco mais alto do modelo proposto, segundo Bruno Pantojo, especialista da Sitawi Finanças do Bem, que desenvolve soluções de financiamento para CIS.
Os três pontos que elevam o risco, segundo o analista, são a forma "tudo ou nada" do pagamento, a ausência de identificação prévia do público alvo e a falta de definição clara do papel do investidor.
Mas bons candidatos podem ser desencorajados pelo risco mais alto do modelo proposto, segundo Bruno Pantojo, especialista da Sitawi Finanças do Bem, que desenvolve soluções de financiamento para CIS.
Os três pontos que elevam o risco, segundo o analista, são a forma "tudo ou nada" do pagamento, a ausência de identificação prévia do público alvo e a falta de definição clara do papel do investidor.
Para
medir o resultado, após o curso, serão monitorados por 240 dias tanto os
participantes quanto um grupo de faixa etária e características socioeconômicas
semelhantes que tenha se candidatado ao programa, mas ficado de fora do sorteio
por restrição no número de vagas.
Será
considerado empregado quem mantiver carteira assinada por ao menos 120 dias
consecutivos, na mesma empresa, com carga horária mínima de 40 horas semanais.
A
entidade contratada só receberá o pagamento se o resultado dos jovens
participantes for no mínimo 30% superior ao do grupo que não participou da
qualificação (chamado grupo controle).
Sérgio
Lazzarini, fundador do Insper Metricis, diz que a vantagem desse tipo de
avaliação é evitar que o governo pague por resultados que a contratada não
gerou.
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