
O
juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, João Batista Gonçalves,
determinou o bloqueio de até R$ 128 milhões do deputado federal Aécio Neves, no
âmbito de investigações em torno de supostas propinas do Grupo J&F. De
acordo com a decisão este seria o valor das vantagens indevidas que o tucano
teria recebido para si e em nome de outros investigados.
A
decisão também alcança a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) e o
ex-deputado federal Benito Gama (PTB), no valor de até R$ 20 milhões para cada
um.
"Além
disso, são apresentados nos autos elementos de informação para demonstrar que
práticas de lavagem de capitais estariam em curso desde as primeiras tratativas
para recebimento dos valores de origem suspeita. Portanto, encontra-se
demonstrado o requisito do periculum in mora necessário para a decretação da
medida de sequestro dos valores com possível proveniência ilícita", anotou
o magistrado.
Segundo
o Ministério Público Federal, "Aécio Neves, no exercício do mandato de
Senador da República e em razão do referido cargo, teria solicitado a Joesley
Batista, bem como ao Grupo J&F, no período entre 2014 e 2017, vantagens
indevidas em quatro oportunidades, sob a promessa de favorecimento em eventual
governo presidencial do período entre 2015 a 2018".
"Além
disso, a promessa sobre vantagens indevidas envolveria influência junto ao
Governo do Estado de Minas Gerais para viabilizar a restituição de créditos
fiscais de ICMS em favor de empresas do Grupo J&F. O investigado, à época
Senador da República Aécio Neves, teria recebido para si e para outrem, a
quantia de R$ 128.049.063,00", diz a Procuradoria.
Segundo
os investigadores, parte dos repasses ocorreu "nas eleições de 2014 e
parte na compra de prédio ligado ao Jornal Hoje Em Dia, em 2015 e 2016, além de
prestações pagas por meio da pessoa jurídica Rádio Arco Iris".
O
juiz federal registra que "foram obtidos pela investigação depoimentos e
provas documentais que indicam a existência de associação criminosa voltada à
corrupção da função pública, envolvendo valores superiores a cem milhões de
reais".
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