
Um
dia após o ministério das Relações Exteriores conceder passaportes
diplomáticos ao bispo Edir Macedo , fundador e líder da Igreja Universal
do Reino de Deus , e à mulher dele, Ester Eunice Rangel Bezerra, a Justiça
Federal do Rio anulou a concessão. O juiz federal da 11ª Vara Federal do Rio,
Vigdor Teitel, deferiu um pedido de liminar e suspendeu os efeitos da
portaria publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, assinada pelo
ministro Ernesto Araújo.
De
acordo com a portaria, os passaportes diplomáticos foram concedidos porque o
ministro entende que os titulares poderão, de acordo com a legislação que
estabelece os critérios para a emissão, "desempenhar de maneira mais eficiente
suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".
Na
decisão, o juiz Vigdor Teitel diz que a atuação de Macedo em atividades da
Igreja, no entanto, não significa que ele represente "interesse do
país" para justificar o passaporte diplomático.
"Há
risco de dano à moralidade no uso do passaporte diplomático, sem a inequívoca
demonstração de interesse público que o justifique", diz o magistrado no
despacho.
Macedo
recebeu o documento em 2006, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), e obteve renovação em 2011 e 2014, já durante a gestão da
petista Dilma Rousseff. O Itamaraty informou ao GLOBO nesta segunda-feira que o
passaporte dele expirou em janeiro de 2017 e não foi renovado. Por isso, a
portaria publicada hoje é relativa a uma concessão e não a uma nova renovação.
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