
O
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), fez coro às críticas à
recomendação do Palácio do Planalto ao Ministério da Defesa para que o
aniversário de 55 anos do golpe de 1964, neste domingo (31), fosse comemorado
nos quartéis. Aliado do socialista, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB),
escreveu um artigo para questionar a determinação do governo.
“A
ditadura vigente de 1964 a 1985 vitimou milhares de cidadãs e cidadãos,
perseguidos, presos, torturados, exilados e assassinados. Por décadas, seccionou
o país, apartou civis e militares. Comemorá-la em nada contribui para a urgente
pacificação que o Brasil necessita, de forma a que possa enfrentar, unido, os
grandes desafios à frente”, afirmou Paulo Câmara em nota publicada neste sábado
(30) no Instagram.
“Causa,
portanto, estranhamento e surpresa à cidade natal de Paulo Freire a notícia de
que há o que se celebrar em relação aos acontecimentos que envolveram o Brasil
em uma sombria penumbra entre os anos de 1964 e 1985. Não há o que se
comemorar. Há sim, o que não esquecer, pois um povo que desconhece o seu
passado é incapaz de construir um futuro melhor para a coletividade. Sendo
assim, vamos rememorar”, disse Geraldo Julio no artigo.

Dias
antes, porém, em entrevista coletiva, o porta-voz da Presidência da República
afirmou que “o presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar”.
Segundo Rêgo Barros, na avaliação de Bolsonaro, sociedade civil e militares,
“percebendo o perigo” que o País vivenciava naquele momento, se uniram para
“recuperar e recolocar o nosso país no rumo”. “Salvo melhor juízo, se isso não
tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não
seria bom para ninguém”, afirmou.
Coincidentemente
o dia em que há 55 anos acontecia o golpe militar que implantou uma ditadura
por 21 anos no Brasil, quem está na presidência do País é exatamente um
militar, o General Hamilton Mourão, que assumiu interinamente o comando da
Nação com a viagem de Jair Bolsonaro à Israel.
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