
Reportagem
publicada pela Folha de São Paulo, tendo como tema os
escândalos de fantasmas e "rachadinhas" em Assembleias Legislativas
estaduais relembra um escândalo envolvendo o então deputado estadual pelo PT,
João Paulo, hoje deputado estadual pelo PC do B e que logo após o escândalo se
tornou Prefeito da Capital pernambucana.
De
acordo com a reportagem da Folha, investigações sobre casos de peculato em Assembleias
Legislativas – incluindo a contratação de funcionários fantasmas e
repasses de parte dos salários de servidores para deputados – chegam a até 22
anos sem resolução ou punição de parlamentares envolvidos.
Levantamento
da Folha identificou investigações relacionadas a peculato em pelo menos dez
Assembleias Legislativas. Na maioria dos casos, não houve condenações.
Os
casos foram resgatados por se assemelharem às suspeitas de peculato na
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que estão sendo investigadas pelo
Ministério Público a partir de movimentações financeiras suspeitas de
servidores. As suspeitas incluem Fabrício Queiroz, ex-funcionário do
gabinete o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL),
filho do presidente Jair Bolsonaro.
De
acordo com a reportagem da Folha, assinada pelos jornalistas Estelita Hass
Carazzai, João Pedro Pitombo e João Valadares, o caso ocorrido em
Pernambuco, envolvendo o deputado João Paulo (atualmente no PC do B),
ocorrido em 2007, apesar da grane repercussão, não resultou em nenhuma punição
até hoje.
A
denúncia foi feita na época pela ex-assessora Maria Cristina da Rocha. Segundo
ela, os servidores do gabinete de João Paulo eram obrigados a devolver mais da
metade do salário. A prática, inclusive, foi admitida pelo parlamentar,
que exercia o segundo mandato de deputado estadual pelo PT.
Apesar
da confissão de João Paulo, o caso não chegou nem ao Ministério Público de
Pernambuco. À Folha e sem citar nomes, o deputado, disse que a prática era
comum, mas que não há comparação com os casos sob investigação na
Assembleia do Rio de Janeiro: “Era um mecanismo utilizado para nivelar os
salários no gabinete. Havia uma distorção muito grande. Todos os servidores
estavam de acordo”, diz ele.
Em
Pernambuco, porém, mais recentemente, casos como o que envolveu o deputado João
Paulo e seus assessores vinham tendo outro tipo de tratamento pela Polícia
Civil do Estado que chegou a desencadear a Operação GHOST, que resultou no
afastamento de vereadores do Cabo de Santo Agostinho. A Operação foi comandada
pela Delegacia de Polícia dos Crimes Contra a Administração Pública, a Decasp,
que foi extinta pelo Governador Paulo Câmara, com o aval dos deputados
estaduais que, por sua vez, estariam sob investigação da mesma delegacia, que
também estaria investigando pelo menos seis vereadores da Câmara do Recife. Por
Noelia Brito.
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