A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça
(23) mandar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedido de
investigação contra um homem que publicou um vídeo nas redes sociais em
que faz ofensas e ameaças a presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Rosa Weber.
A
medida foi tomada após os integrantes do colegiado rebaterem o vídeo, divulgado
nessa segunda (22) no Youtube, no qual o homem que se identifica como coronel
Carlos Alves se refere a Rosa Weber como "salafrária e corrupta” e
critica outros integrantes do STF. Na gravação, ele se refere ao dia em que
Rosa Weber recebeu integrantes do PT que pediram a aplicação de medidas
cautelares urgentes para investigar notícias de que empresas em prol do
presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, estariam pagando por serviços de
disparos de mensagens em massa contra o partido e seu candidato à Presidência,
Fernando Haddad, via WhatsApp.
"Se
ela [Rosa Weber] fosse uma mulher séria, patriota e se ela não devesse nada a
ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE", diz o suposto coronel no
vídeo. Ele ainda afirma que se "você aceitar essa denúncia ridícula e
tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, vamos derrubar vocês aí sim, porque
aí acabou".
Em
discurso feito na abertura da sessão da Segunda Turma do STF, o ministro
Celso de Mello foi o primeiro a rebater as críticas aos ministros. O
ministro prestou solidariedade a Rosa Weber e aos ministros Ricardo Lewandowski
e Dias Toffoli, que também foram citados, e disse que eles foram alvo de
"ataques imundos e sórdidos".
"O
primarismo vociferante desse ofensor da honra alheia fez-me lembrar daqueles
personagens patéticos que, privados da capacidade de pensar com inteligência,
optam por manifestar ódio visceral e demonstram intolerância radical contra os
que consideram seus inimigos. Todo esse quadro imundo que resulta do vídeo, que
longe de traduzir expressão legítima da liberdade de palavras, constitui
verdadeiro corpo de delito comprobatório da infâmia perpetrada pelo autor",
afirmou Mello.
Em
seguida, o ministro Gilmar Mendes disse que o Brasil passa por um momento
delicado nas eleições e que é preciso serenidade. Mendes também rebateu as
críticas contra a credibilidade das urnas eletrônicas. Para o ministro, as
urnas são confiáveis e não se deve tumultuar o processo eleitoral.
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