Em
entrevista realizada em 1993, Ernesto Geisel, quarto presidente da
ditadura militar brasileira, afirma que Jair Bolsonaro é um mau
militar que pedia um novo golpe. Esses
trechos voltaram a circular nas redes sociais nos últimos, às vésperas do
segundo turno da eleição presidencial. Bolsonaro (PSL) lidera
a disputa para o Planalto, com 53% dos votos válidos, contra 47% de Fernando
Haddad (PT), segundo o Vox Populi.
Os
pesquisadores Maria Celina D´Araujo e Celso Castro entrevistaram Geisel (1907-1996)
ao longo de várias sessões entre 1993 e 1996. O material foi editado em livro
publicado pela Fundação Getulio Vargas.
As
passagens que citam Bolsonaro são de depoimento concedido em 28 de
julho de 1993, durante o governo de Itamar Franco. À época Bolsonaro era
deputado federal.
Nesses
trechos da entrevista, Geisel afirmou que os "militares devem
ficar fora da política partidária, mas não da política geral". Segundo
ele, todo político que começa a se "exacerbar em sua ambições" logo
imagina uma revolução a cargo das Forças Armadas.
"Neste
momento em que estamos aqui conversando, há muitos dizendo: 'Temos que dar um
golpe. Temos que derrubar o presidente! Temos que voltar à ditadura militar!' E
não é só o Bolsonaro, não! Tem muita gente no meio civil que está pensando
assim", disse o presidente.
Um
pouco depois na conversa, Geisel destacou que a vinculação dos
militares com a política era tradicional, mas que, em sua opinião, essa
interferência diminuiria à medida em que o país se desenvolvesse.
"Presentemente,
o que há de militares no Congresso? Não contemos o Bolsonaro, porque
o Bolsonaro é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau
militar. Mas o que há de militar no Congresso? Acho que não há mais
ninguém."
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