Em todo o ano de 2015, a cidade de Arcoverde já tem
notificados, segundo dados da Secretaria de Saúde, 1.789 casos de dengue e chikungunya. Um número bem acima
do registrado no ano anterior. O pior, é que apesar desse drama vir sendo
comentado e cobrado há meses, a prefeitura não agiu como deveria e somente em
novembro foram notificados 1.584 casos de dengue e chikungunya na cidade de
Arcoverde. Além deles, já foram notificados 3 casos de microcefalia.
Segundo a prefeitura, a causa do estouro no número de
casos foi a falta do lavercida que o Governo Federal não teria enviado durante
4 meses. Em contrapartida, a prefeitura não buscou alternativas e passou um
ciclo (3 meses) sem o combate efetivo aos criadouros do mosquito. Resultado:
Arcoverde em situação de emergência com índice de 7,1% de infestação.
Com a situação de emergência decretada, e mesmo tendo a
saúde como nota 10 na propaganda oficial, a Secretária de Saúde, Andréia
Britto, disse à reportagem da TV Asa Branca que vai aproveitar o que diz a lei
para comprar medicamentos e insumos sem licitação para atender as
unidades de saúde. Além disso, ela anunciou ainda a contratação de
profissionais sem concurso público.
Em Caruaru, depois de abril, quando foram identificados
os primeiros casos de surtos de dengue e chikungunya no Estado, o
prefeito José Queiroz adquiriu o “veneno” de matar as larvas do mosquito Aedes
aegypti, colocou 300 agentes de endemias nas ruas e convocou até o Exército
para combater o mosquito. A cidade está fora desse quadro de surto que atinge
53 cidades pernambucanas, entre elas Arcoverde. Neste mesmo período, a cidade
da Pedra, há apenas 18 Km de Arcoverde,
já convivia com um surto das doenças (934 casos), mas a Prefeitura de
Arcoverde acabou dormindo no ponto. Na época só se falava em dengue.
Chikungunya e zika ainda não tinham entrado no vocabulário. Será que teria dado tempo de licitar a compra de insumos e medicamentos de abril até dezembro? E os concursados, teria dado tempo de serem chamados nestes longos 8 meses?