A
Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba
(Codevasf) vai concluir até o dia 05 de dezembro os oito conjuntos flutuantes
que serão colocados no reservatório de Sobradinho, na Bahia, e permitir que a
água seja retirada, quando o mesmo atingir o seu volume morto. A água do lago é
usada pelos produtores do Vale do São Francisco e eles estavam preocupados com a
possibilidade de ficarem sem água devido à falta de um sistema para captar no
volume morto.
A
tubulação do sistema flutuante vai avançar 228 metros com relação ao atual
ponto de captação do lago para o perímetro irrigado Nilo Coelho, em Petrolina. A
data crítica do colapso desse sistema deve ser no dia 15 de dezembro”, conta o
diretor da área de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Luís Napoleão
Casado. Ele acrescenta que o sistema flutuante poderá ser usado a partir do dia
05, mas só vai entrar em operação, quando não for mais possível captar água
pelo sistema fixo.
Até
a semana passada, a expectativa era de que Sobradinho chegasse ao volume morto,
no máximo, até a primeira semana de dezembro. O lago tem 6 bilhões de metros
cúbicos quando está no volume morto. O volume útil é aquele que fica acima do
morto. Ontem, estava chegando a Sobradinho 650 metros cúbicos de água por
segundo. Na semana passada, a média era de 500 metros cúbicos por segundo.
Segundo a Codevasf, é retirado em média 1,5% do que está chegando
atualmente.
A
Codevasf não estima em quanto tempo pode levar para gastar toda a água do
volume morto de Sobradinho. O cálculo é complicado, segundo técnicos da
estatal, porque o reservatório recebe água continuamente, há muita evaporação e
a retirada de água é “pequena” para o perímetro irrigado, que possui 24 mil
hectares cultivados e uma população de cerca de 70 mil habitantes.
O
sistema de balsas flutuantes para captar no volume morto demandou um
investimento de R$ 33 milhões, sendo R$ 26 milhões da Codevasf, R$ 5 milhões do
governo de Pernambuco e R$ 2,3 milhões bancados pela Prefeitura de Petrolina.