Os
números são aqueles referentes ao período de agosto de 2020 a julho de 2021, o
'ano-fiscal', usado para medir a derrubada de floresta. O estado onde ocorreu a
maior porção do desmate nesse intervalo foi o Pará (5.257 km²), seguido de
Amazonas (2.347 km²) e Mato Grosso (2.263 km²).
A Amazônia
brasileira não via uma taxa anual de desmatamento tão alta desde 2006,
quando 14.286 km² haviam sido desmatados segundo o sistema Prodes. O número
desde ano foi pior até mesmo que projeções pessimistas, pois a área de alertas
de desmatamento capturados pelo sistema Deter do Inpe, sofreu diminuição em
relação ao ano passado.
O
Prodes, porém, é um sistema mais preciso, apesar de mais lento, pois infere o
dado com imagens em várias diferentes órbitas dos satélites que usa, do sistema
Landsat, da Nasa. Foram usadas 106 imagem de ampla cobertura para fazer a
estimativa.
O
número foi divulgado na tarde desta quinta-feira pelo Inpe em um comunicado com
amplo detalhamento técnico, mas sem análises sobre o motivo do aumento da área
devasta.
Uma
nota de preocupação é a ampla área de desmate no estado do Amazonas, que
normalmente não está entre aqueles com mais corte raso da mata. A área crítica
na região é o entroncamento das rodovias BR-319 e transamazônica, nos
municípios de Lábrea e Humaitá. No Pará, os mapas do Inpe mostram, como de
costume, muito desmate ao longo da BR-163 e na região de entorno da Terra do
Meio.
O
número foi divulgado com atraso em relação à data de costume, em outubro. O
desmatamento é a principal fonte de emissões de CO2 do Brasil, que não
apresentou a taxa a tempo de ser confrontada na conferência do clima de
Glasgow, a COP26.
A
taxa recorde foi imediatamente comentada por ONGs ambientalistas.
"O
resultado é fruto de um esforço persistente, planejado e contínuo de destruição
das políticas de proteção ambiental no regime de Jair Bolsonaro", afirmou
em comunicado Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima,
coalizão que reúne as maiores ONGs ambientalistas do Brasil, incluindo
Greenpeace, WWF e Conservation International.
"É
o triunfo de um projeto cruel que leva a maior floresta tropical do mundo a
desaparecer diante dos nossos olhos e torna o Brasil de Bolsonaro uma ameaça
climática global."
"Este
é o Brasil real que o governo Bolsonaro tenta esconder com discursos
fantasiosos e ações de greenwashing no exterior", disse Mauricio Voivodic,
diretor-executivo do WWF Brasil. "O que a realidade mostra é que o governo
Bolsonaro acelerou a rota de destruição da Amazônia."
CURTA NOSSA FANPAGE E PERFIL NO INSTAGRAM
Nenhum comentário:
Postar um comentário