De
acordo com o titular da SES-PE, André Longo, os órgãos que representam as
secretarias de Saúde estaduais (Conass) e municipais (Conasens) enviaram
documento para a Anvisa solicitando uma posição do órgão a respeito do
assunto.
"Fomos
pegos de surpresa com essa informação da suspensão. O Conass e o Conasens
fizeram um documento para a Anvisa, que é o órgão que regulamenta o uso de
vacinas no Brasil. E a Pfizer tem registro definitivo de uso no Brasil. Quem
pode se manifestar (sobre a suspensão) é a Anvisa e, até agora, não houve
nenhuma recomendação. Então, Pernambuco segue a vacinação”, disse Longo.
Segundo
ele, a decisão anunciada pelo Ministério da Saúde não foi tomada de forma
tripartite, com a participação da pasta federal, do Conass e do Conasens, além
da Câmara Técnica do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
"Infelizmente,
o Ministério da Saúde, sem combinar com os estados e municípios, fez esse
comunicado de forma apressada. Justo no dia em que a própria Sociedade
Brasileira de Pediatria se manifestou favorável à vacinação. Realmente, pegou a
todos de surpresa”, comentou o secretário de Saúde de Pernambuco.
"Vários
estados estão até revoltados com essa postura levada a público pelo
MS quando, na verdade, devia ter sido feita uma reunião, ouvido a Câmara
Técnica do PNI e submeter as informações à Anvisa, que foi quem autorizou o uso
da vacina Pfizer nesse público de 12 a 17 anos.”
André
Longo detalhou ainda que, no Brasil, cerca de 3,5 milhões de adolescentes já
receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, tendo sido registrados
1.500 efeitos adversos. “É um índice muito baixo. E a maioria foram casos
leves”, pontuou, afirmando que um caso suspeito mais grave ainda não pode ser
atribuído à vacina sem que haja devida investigação.
"Não
há espaço para decisões políticas no PNI. Isso (suspensão) é uma decisão
técnica. Havendo tecnicidade nas decisões, elas serão seguidas”, afirmou,
revelando ainda que alguns adolescentes foram vacinados, de forma equivocada,
com os imunizantes AstraZeneca/Oxford/Fiocruz e CoronaVac/Butantan.
“Esses
casos devem ser tratados de forma específica. Com a Pfizer, temos segurança.
Essas outras vacinas não devem ser utilizadas (no público de 12 a 17 anos) e os
que tomaram devem ser acompanhados."
"A
vacina da Pfizer é autorizada nos EUA, em grande parte da Europa. Como todo
medicamento, as vacinas têm eventos adversos, que vão de leve a mais grave.
Qualquer evento adverso mais sério precisa ser investigado. A informação que
temos hoje é que a vacina da Pfizer é segura para ser usada em adolescentes.
Estamos aguardando a posição da Anvisa. Mas queremos reforçar a segurança do
que estamos falando, baseado em evidências sólidas. Outra ressalva, a OMS
continua preconizando a vacina da Pfizer para adolescentes”, reforçou o
representante da Sociedade Brasileira de Imunizações em Pernambuco, Eduardo
Jorge.
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