quarta-feira, 25 de agosto de 2021

CPI ouve presidente de empresa que garantiu fiança de R$ 80 milhões em contrato da Covaxin

                       A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira (25) Roberto Pereira Ramos Júnior, diretor-presidente do FIB Bank. A empresa ofereceu garantia financeira de R$ 80,7 milhões em um contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin.

Na noite desta terça, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, concedeu a Ramos Júnior o direito de não responder perguntas que possam levá-lo a produzir provas contra si mesmo. Mas a ministra ressalvou que ele não pode deixar de falar a verdade em relação a todos os demais questionamentos.

O depoimento mantém o foco da CPI nas negociações de vacinas por parte do Ministério da Saúde. A carta de fiança do FIB Bank fazia parte do processo de aquisição da Covaxin, que previa 20 milhões de doses a um valor de R$ 1,6 bilhão, mas foi cancelado por suspeita de irregularidades – nenhuma dose foi entregue (vídeo abaixo).

O documento foi assinado pelo então diretor do Departamento de Logística Roberto Dias, exonerado da pasta em meio a denúncias de cobrança de propina e de ter pressionado pela liberação da Covaxin. Ele nega as acusações.

Na véspera do depoimento, Roberto Júnior pediu o adiamento da sessão em um dia para poder “reunir maiores subsídios e documentos”, mas a cúpula da CPI manteve a data original.

Senadores querem entender o motivo pelo qual a Precisa contratou o FIB Bank – que, apesar do nome, não é uma instituição financeira – e se há irregularidades no processo.

Além disso, a CPI também apura se a empresa tem algum sócio oculto e, se sim, a quem ele seria ligado. No início do mês, a CPI aprovou a quebra de sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático do FIB Bank.

Responsável pelo pedido de convocação do diretor e um dos condutores dessa frente de investigação, o senador Tasso Jeressaiti (PSDB-CE) ressaltou que há indícios de uma “operação fraudulenta” envolvendo o FIB Bank e a Precisa.

“A Precisa procura uma empresa que sequer está autorizada pelo Banco Central a atuar como instituição financeira, que, agora sabemos, teve seu capital integralizado de forma duvidosa, e aponta indícios de uma operação fraudulenta”, afirma Tasso no requerimento que pedia a quebra de sigilo.

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