Os
novos valores entram em vigor nesta terça-feira (6). Em comunicado, a estatal
informou que o aumento dos preços acompanhou a elevação dos patamares internacionais.
Assim, os valores médios de venda do litro da gasolina e do diesel serão
reajustados em 6,3% e 3,7%, ou R$ 0,16 e R$ 0,10 o litro, respectivamente, para
R$ 2,69 e R$ 2,81. Enquanto isso, o preço médio de venda do gás de cozinha para
as distribuidoras sofrerá reajuste de 5,9%, ou R$ 0,20 o quilo, para R$ 3,60 o
quilo. Ou seja, um botijão de 13 quilos passará a custar R$ 46,68 para as
revendas e acumula alta de 38% no ano.
Esse
é o primeiro aumento nos preços da gasolina e do diesel na gestão do general
Joaquim Silva e Luna, que substituiu Roberto Castello Branco em abril. “Os
preços praticados pela Petrobras seguem buscando o equilíbrio com o mercado
internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de
câmbio, para cima e para baixo”, informou a nota da estatal.
Em
18 de fevereiro, insatisfeito com a política de reajuste adotada por Castello
Branco, o presidente Jair Bolsonaro reclamou em uma rede social. “Teve um
aumento, no meu entender, e vou criticar, um aumento fora da curva da
Petrobras. Dez por cento hoje na gasolina e 15% no diesel, é o quarto reajuste
no ano. A bronca sempre vem para cima de mim, só que a Petrobras tem
autonomia”, disse. No dia seguinte, em 19 de fevereiro, Castello Branco foi
demitido.
O
reajuste anunciado ontem pela Petrobras teve repercussão imediata. Analistas
que previam, no boletim Focus do Banco Central desta semana, o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6%, admitem que estão revendo os números.
Espera-se uma nova estimativa para cima. Alguns não descartam o IPCA acima de
7% no fim do ano e de 9% no acumulado em 12 meses de julho após acharem que o
pico seria em junho, de 8%, nessa base de comparação.
“A
gasolina e o gás de cozinha têm um peso importante no orçamento doméstico. Esses
reajustes, junto com o aumento da energia, terão um impacto de mais 0,5 ponto
percentual no IPCA de julho. Eu diria que este mês os vilões serão os itens
energéticos, que vão ditar a inflação deste mês e podem encerrar em alta até o
fim do ano”, avaliou o economista André Braz, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. O FGV Ibre elevou de 0,5%
para 1% a estimativa de alta do IPCA deste mês e pretende elevar de 7% para
7,4% a estimativa de alta do IPCA no fim do ano. “O recuo no preço da energia,
que está no patamar mais alto, a bandeira vermelha 2, vai depender do volume de
chuvas a partir de outubro”, emendou.
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