Luis
Ricardo Miranda é chefe de importação do Departamento de Logística do
Ministério da Saúde. Ele relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter
recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa
indiana Bharat Biotech.
A
negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas,
considerado elevado, em torno de R$ 80, e da participação de uma empresa
intermediária, a Precisa Medicamentos. Em entrevista ao jornal O Globo,
Luis Ricardo disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas.
O governo nega qualquer irregularidade.
O
requerimento convocando os depoentes foi do relator da CPI, senador Renan
Calheiros (MDB-AL). Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram
preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à Polícia Federal
proteção para os irmãos. Em pronunciamento na quarta-feira (23), Onyx
Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, atacou o deputado e
anunciou processo administrativo disciplinar contra o servidor.
Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Onyx pode ter cometido crime previsto na Lei 1.579, de 1952, que regula o funcionamento das comissões parlamentares de inquérito — especificamente o inciso I do artigo 4º: “Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de comissão parlamentar de inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros”.
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