Segundo
informações obtidas pela reportagem, o ex-governador do Rio de Janeiro afirma
que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em
processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Toffoli
foi ministro da corte de 2012 a 2016, tendo sido presidente de maio de 2014 a
maio de 2016.
Os
pagamentos, diz Cabral, teriam sido realizados nos anos de 2014 e 2015 e
operacionalizados por Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro.
Os repasses, na versão do delator, teriam envolvido o escritório da mulher de
Toffoli, a advogada Roberta Rangel.
Essa
é a primeira vez que a Polícia Federal pede ao Supremo apuração que envolve um
ministro da própria corte.
O
pedido de investigação faz parte de um novo pacote de inquéritos solicitados
pela PF a partir da análise da delação do ex-governador, condenado a mais de
300 anos de prisão.
O
material foi enviado ao relator do caso, ministro Edson Fachin, que já
encaminhou para a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestar.
Cabral
fechou o acordo com a polícia após negativa da PGR e dos procuradores que atuam
no Rio de Janeiro.
A
delação foi homologada em fevereiro de 2020 por Fachin, que autorizou a
abertura de diferentes inquéritos e encaminhou para o então presidente, Dias
Toffoli, com pedido de distribuição. As investigações miravam ministros do STJ
(Superior Tribunal de Justiça), do TCU (Tribunal de Contas da União) e
políticos.
Ainda
em 2020, Toffoli desconsiderou a decisão de Fachin pela abertura dos casos,
pediu manifestação de Augusto Aras e arquivou as investigações -três delas
durante o recesso de julho e as outras pouco antes de deixar a Presidência, em
setembro.
Há
um recurso pedindo reconsideração dos arquivamentos nas mãos da ministra Rosa
Weber, vice-presidente do Supremo. Essa análise seria atribuição do presidente
Luiz Fux, que se declarou impedido de atuar nesses processos.
Na
nova leva de inquéritos, assim como nos anteriores, a PF fez uma validação
prévia das informações, com base em dados de fontes abertas, para checar se há
possibilidade mínima para seguir a apuração.
Esses
relatórios de validação também foram encaminhados ao STF junto aos depoimentos
de Cabral.
O
ministro Dias Toffoli afirmou, por meio da assessoria, não ter conhecimento dos
fatos mencionados e disse que jamais recebeu os supostos valores ilegais.
Por
meio da assessoria, o ministro refutou a possibilidade de ter atuado para
favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário