Outra
questão preocupante é o rejuvenescimento da pandemia que, associada à
circulação de novas variantes do vírus no país, torna mais crítica as
consequências entre grupos mais jovens.
“Esse
contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no
número de internações, demonstrado pelo novo aumento das taxas de ocupação dos
leitos de UTI é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil”, ressaltam
os pesquisadores.
Ao
longo da última Semana Epidemiológica (SE 20, de 16 a 22 de maio) foram
registrados valores ainda altos de óbitos por Covid-- 19, com estabilidade em
torno de 1,9 mil mortes diárias. No entanto, se observa o aumento no número
médio de casos (0,7 % ao dia), com uma média de 62 mil por dia na última
semana. Esse processo de manutenção de taxas altas de mortalidade, em paralelo
ao aumento das taxas de incidência, pode ter como consequência um agravamento
da crise sanitária, devido ao potencial de gerar numerosos quadros graves da
doença, que vão novamente sobrecarregar os hospitais.
De
fato, o aumento no número de casos costuma ser seguido, cerca de duas semanas
após, pela elevação do número de óbitos por Covid-19. Mantida essa tendência,
se prevê um aumento na próxima semana para valores em torno de 2,2 mil óbitos por
dia (2 mil a 2,4 mil, considerando a margem de erro do modelo).
Por
outro lado, se observa a estabilização das taxas de letalidade, em torno de 3%,
que vinham sofrendo uma queda desde abril, quando se encontravam em valores
próximos a 4,5%. Esse indicador demonstra problemas na capacidade dos serviços
de saúde em realizar diagnóstico – por meio de testes sorológicos e exames
clínicos – e tratamento hospitalar adequado e oportuno dos casos graves de
Covid-19.
Sobre
a ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, os números aumentaram
ou se mantiveram estáveis, em níveis elevados, entre os dias 17 e 24 de maio, em
praticamente todo o Brasil, ratificando a avaliação de que a tendência de
queda, que vinha sendo observada até por volta do dia 10 deste mês, se
interrompeu.
O Nordeste apresenta uma situação bem preocupante, com Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe permanecendo com taxas de ocupação relativamente estáveis, em níveis bem superiores a 90%. Alagoas saiu de 77% para 89% e retornou à zona de alerta crítico e a Bahia se manteve aproximadamente estável em 83%, também na zona crítica. O Maranhão e a Paraíba se mantiveram na zona de alerta intermediário, mas com elevações expressivas, respectivamente, de 69% para 76% e de 68% para 75%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário