Arcoverde: Estudantes de Saúde da AESA cobram respostas e são excluídos de página oficial

                       Após a direção da AESA publicar uma “nota de esclarecimento” sobre as denúncias feitas pela vereadora Zirleide Monteiro (PTB) quanto ao atraso no recredenciamento da Escola Superior de Saúde de Arcoverde (ESSA) e dos cursos de Enfermagem, bacharelado e licenciatura em Educação Física, vários alunos entraram na postagem oficial da página da autarquia para cobrar explicações e acabaram por terem seus comentários excluídos.

Uma aluna do 8º período de enfermagem, Júlia Freire, postou abaixo da tal “nota de esclarecimento” um questionamento aonde se apresenta: “Eu como aluna do 8º período de enfermagem, gostaria de saber o seguinte: se a faculdade está regular, sem nenhuma pendência, porque estamos com os estágios suspensos? Porque disciplinas que deveríamos estagiar no Hospital estamos estagiando em PSF?”, lembrando que alunos de outras instituições de ensino estão fazendo estágio no Hospital Regional.

Além de não ter resposta por parte da direção ou da assessoria da AESA, ela e outros alunos que entraram para cobrar explicações e respostas, acabaram por terem seus comentários desativados e os perfis denunciados, como revela ela em seu comentário com prints dos comentários anteriores e reafirmando as irregularidades e denunciando que estão com estágios atrasados a quase dois anos, o que acaba por prejudicar muitos que já poderiam estar atuando em meio a pandemia.

“Está irregular sim! Com o que eu não sei, ninguém sabe pq estão abafando, mas tem algo errado. A verdade é que estamos com estágios atrasados a quase 2 anos, sem justificativa nem satisfação. Quando questionado a faculdade foi dito que estavam com pendência administrativa, um papel que estava faltando para liberar os estágios, segundo eles. Que papel é esse que precisa de tanto tempo para ser liberado? Queremos resposta e satisfação da instituição. Realizaram uma publicação na página desmentindo o ocorrido, quando comentamos cobrando satisfação, desativaram os comentários e denunciaram nossos perfis. Quem não deve, bota a cara a tapa para bater. Isso não tem nada haver com política como estão querendo fantasiar. Tem haver com vários alunos que pagam suas mensalidades em dia, que buscam uma formação, com famílias que se esforçam para dar um futuro aos seus filhos. Nos respeitem”, afirma.

Sem respostas convincentes, um ex-assessor de imprensa da AESA entra na discussão e diz que “trabalho sério merece respeito”, sendo rebatido por vários alunos que cobram respeito a eles.

“Respeito merecemos nós alunos que não podemos atrasar um dia seque a mensalidade, pois pagamos juros altíssimos...gastando com transporte, se humilhando de cidade em cidade pedindo campo de estágio em hospital municipal...Porque nenhum hospital estadual aceita aluno da AESA”, afirma Ludmila Santos, aluna do 8º período de enfermagem.

Já Rannielly Bispo, afirma categoricamente que “respeito quem merece somos nós alunos que estamos sendo enganados a dias e meses”.

Em conversa com a vereadora Zirleide Monteiro, agora de manhã, ela revelou que recebeu informações de que a direção da AESA só teria enviado a documentação para a renovação do curso de Enfermagem no último dia 13 de abril, sendo o mesmo protocolado no dia 15, após as denúncias feitas pela parlamentar trabalhista na sessão ordinária da Câmara de Vereadores.

A Folha foi conferir as páginas da AESA aonde foram postadas a tal “nota de esclarecimento” para buscar os comentários dos alunos salvos anteriormente, mas a denúncia que tinham sido excluídos se confirma, pois na fanpage do facebook só tem dois comentários positivos e no perfil do instagram não tem um comentário sequer, como a opção de comentar foi retirada. A democracia da ditadura de opinião pelo visto virou praxe na instituição de ensino. Enquanto a polêmica se intensifica na autarquia de ensino, o prefeito encontra-se no Recife, ao lado de outros vereadores, para entregar a casa de apoio.