Durante
a sessão, após lido o projeto de lei que prevê a criação do auxílio financeiro,
o vereador João Taxista sugeriu que se elevasse o valor da “ajuda”, de R$ 50
para R$ 80, ou mesmo R$ 100, o que não teria sido aceito pelo governo. Diante do impasse e por
julgar que o valor deveria ser transformado em alimentos, uma cesta básica, o vereador pediu vistas do projeto para que seja alterado.
Apesar
de exercer o papel de vereador ao legislar sobre matéria enviada pelo Executivo,
de onde veio o prefeito interino, até bem pouco tempo presidente da Câmara,
João Taxista foi acusado de prejudicar as famílias carentes. No vídeo, o
prefeito interino Wevertton Siqueira diz que o vereador “Votou contra o povo, e o pior contra o povo mais pobre de Arcoverde”,
simplesmente porque não endossou o valor sugerido pelo gestor e defendeu o
acréscimo de mais R$ 30 reais no chamado auxílio, embora que, após ter sido apresentado
o projeto o valor citado pela presidência da casa já era de R$ 70.
Ao
falar de que o projeto é essencial para colocar comida na mesa dos mais pobres,
o prefeito interino esquece que Arcoverde, assim como os demais municípios
brasileiros, estão sob o decreto da pandemia que permite, entre outras coisas,
adquirir cestas básicas e alimentos para serem entregues as famílias em estado
de vulnerabilidade social de forma direta, sem burocracia maior, o que R$ 50 ou
R$ 70 reais sozinhos não vão resolver. Parte dos vereadores (Célia, Zirleide,
Dr. Rodrigo, Everaldo e João) defende que o valor seja repassado em alimentos
as famílias “que passam fome”.
Bom
exemplo ocorreu no ano passado, quando a então presidente da Câmara Municipal,
a vereadora Célia Galindo (PSB) repassou R$ 50 mil que foram utilizados na
compra de quase 900 cestas básicas distribuídas as famílias carentes de
Arcoverde.
“Se
a questão for garantir alimentos na mesa das famílias mais carentes, o prefeito
interino pode muito bem usar os recursos que teriam sido poupados pelo prefeito
Wellington, que passaria da casa dos R$ 5 milhões, e comprar cestas básicas
para entregar a quem realmente está passando fome por, pelo menos, os próximos
04 meses e não dois meses de R$ 50 reais apenas”, disse uma liderança
comunitária que vem cobrando da Secretaria de Assistência Social a distribuição
de kits de alimentação as famílias carentes.
Os
recursos economizados também foram citados pela vereadora Célia Galindo, referindo-se a mais de R$ 6,5 milhões, sugerindo que se comprasse 5 mil cestas básicas para distribuir à população
carente. “Fome não espera”, disse a parlamentar. Segundo o próprio João Taxista, se distribuísse 5 mil cestas ao valor de R$ 100, o investimento seria de R$ 500 mil o que representaria algo em torno de 8% dos tais R$ 6,5 milhões que teriam sido economizados.
Tal
artigo foi questionado pela vereadora Zirleide Monteiro (PTB) que sugeriu a
mudança para que tal benefício fosse pago por uma instituição financeira, assim
como o auxílio do Governo Federal. “Que agentes são esses? A lei precisa ser
clara e objetiva”, afirmou a parlamentar trabalhista.
A decisão
de postar o vídeo, intitulado de “Auxílio emergencial: um agradecimento e um
desabafo” , aonde agradeceu aos demais vereadores, menos a João, o prefeito interino Wevertton Siqueira, acabou por gerar uma crise
dentro da própria bancada governista. Se haverá maiores sequelas só o tempo
dirá, mas resta aguarda o pronunciamento do vereador João Taxista, afinal não é
todo dia que se é acusado de “votar contra o povo”, principalmente quando isso
vem de um aliado.
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