terça-feira, 30 de março de 2021

Arcoverde: Prefeito acusa vereador aliado que pediu vistas para aumentar valor de auxílio

             As redes sociais foram invadidas na tarde desta terça-feira (30) por um vídeo postado pelo prefeito interino, Wevertton Siqueira (PSB), onde critica duramente o vereador aliado, João Taxista (PSB), porque ele pediu vistas de um projeto que visava conceder um auxílio de R$ 50 reais, depois elevado para R$ 70 que, segundo o gestor, irá “colocar comida na mesa dos mais carentes”. Às vistas, no caso, foi solicitada para que se aumentasse esse valor e esclarecesse mais detalhes sobre o projeto, segundo o parlamentar socialista.

Durante a sessão, após lido o projeto de lei que prevê a criação do auxílio financeiro, o vereador João Taxista sugeriu que se elevasse o valor da “ajuda”, de R$ 50 para R$ 80, ou mesmo R$ 100, o que não teria sido aceito pelo governo. Diante do impasse e por julgar que o valor deveria ser transformado em alimentos, uma cesta básica, o vereador pediu vistas do projeto para que seja alterado.

Apesar de exercer o papel de vereador ao legislar sobre matéria enviada pelo Executivo, de onde veio o prefeito interino, até bem pouco tempo presidente da Câmara, João Taxista foi acusado de prejudicar as famílias carentes. No vídeo, o prefeito interino Wevertton Siqueira diz que o vereador “Votou contra o povo, e o pior contra o povo mais pobre de Arcoverde”, simplesmente porque não endossou o valor sugerido pelo gestor e defendeu o acréscimo de mais R$ 30 reais no chamado auxílio, embora que, após ter sido apresentado o projeto o valor citado pela presidência da casa já era de R$ 70.

Ao falar de que o projeto é essencial para colocar comida na mesa dos mais pobres, o prefeito interino esquece que Arcoverde, assim como os demais municípios brasileiros, estão sob o decreto da pandemia que permite, entre outras coisas, adquirir cestas básicas e alimentos para serem entregues as famílias em estado de vulnerabilidade social de forma direta, sem burocracia maior, o que R$ 50 ou R$ 70 reais sozinhos não vão resolver. Parte dos vereadores (Célia, Zirleide, Dr. Rodrigo, Everaldo e João) defende que o valor seja repassado em alimentos as famílias “que passam fome”.

Bom exemplo ocorreu no ano passado, quando a então presidente da Câmara Municipal, a vereadora Célia Galindo (PSB) repassou R$ 50 mil que foram utilizados na compra de quase 900 cestas básicas distribuídas as famílias carentes de Arcoverde.

“Se a questão for garantir alimentos na mesa das famílias mais carentes, o prefeito interino pode muito bem usar os recursos que teriam sido poupados pelo prefeito Wellington, que passaria da casa dos R$ 5 milhões, e comprar cestas básicas para entregar a quem realmente está passando fome por, pelo menos, os próximos 04 meses e não dois meses de R$ 50 reais apenas”, disse uma liderança comunitária que vem cobrando da Secretaria de Assistência Social a distribuição de kits de alimentação as famílias carentes.

Os recursos economizados também foram citados pela vereadora Célia Galindo, referindo-se a mais de R$ 6,5 milhões, sugerindo que se comprasse 5 mil cestas básicas para distribuir à população carente. “Fome não espera”, disse a parlamentar. Segundo o próprio João Taxista, se distribuísse 5 mil cestas ao valor de R$ 100, o investimento seria de R$ 500 mil o que representaria algo em torno de 8% dos tais R$ 6,5 milhões que teriam sido economizados.

Além de sugerir um valor inferior ao desejado pelos parlamentares, o projeto de lei traz alguns pontos obscuros, principalmente no tocante a forma de como esse dinheiro vai chegar às mãos das pessoas beneficiadas. Em seu artigo 5º, o projeto diz que “o pagamento do auxílio emergencial será realizado por agentes financeiros operadores, definidos pelo Poder Executivo (prefeito)”.

Tal artigo foi questionado pela vereadora Zirleide Monteiro (PTB) que sugeriu a mudança para que tal benefício fosse pago por uma instituição financeira, assim como o auxílio do Governo Federal. “Que agentes são esses? A lei precisa ser clara e objetiva”, afirmou a parlamentar trabalhista.

A decisão de postar o vídeo, intitulado de “Auxílio emergencial: um agradecimento e um desabafo” , aonde  agradeceu aos demais vereadores, menos a Joãoo prefeito interino Wevertton Siqueira, acabou por gerar uma crise dentro da própria bancada governista. Se haverá maiores sequelas só o tempo dirá, mas resta aguarda o pronunciamento do vereador João Taxista, afinal não é todo dia que se é acusado de “votar contra o povo”, principalmente quando isso vem de um aliado.

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