segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Jornalista que previu pandemia critica Bolsonaro e Trump: 'Ineficazes'

                      O jornalista e escritor norte-americano David Quammen, autor de livro que "previu" a chegada da pandemia do coronavírus, criticou a atuação dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (sem partido) e Donald Trump, durante a crise sanitária que atingiu o mundo e disse que ambos foram "terrivelmente ineficazes". 

"O tamanho da responsabilidade, da culpa, de certos líderes, incluindo o seu presidente [Bolsonaro] e o meu presidente [Trump], é muito grande. Eles não deram a atenção adequada para a gravidade da doença quantas pessoas ela estava infectando, quantas estavam terrivelmente doentes ou morrendo, quantas perdendo emprego, renda, seu sustento", afirmou Quammen, durante participação no programa "Roda Viva", da TV Cultura.

"A pandemia teve um impacto terrível. É possível deter esses transbordamentos [vírus] ou limitá-los antes que se tornem pandemias e, em alguns lugares, foi feito muito bem. Mas no Brasil e nos EUA, e em alguns outros lugares, por vários motivos, inclusive liderança política, isso foi terrivelmente ineficaz, lamento dizer", acrescentou, em seguida.

A pandemia da covid-19 contaminou até agora, 85.604.744 de pessoas no mundo inteiro, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopking, responsável pelo monitoramento. Cerca de 1,8 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença. Os Estados Unidos são, de longe, o país mais afetado, com 20.786.001 de contaminados e 353.131 mortos. Em seguida, aparecem Índia (com 10.340.469 de contaminados e 149.649 óbitos) e o Brasil (com 7.753.752 de contaminados e 196.561 mortos).

Quammem é autor do best-seller "O Contágio", publicado em 2012, e que alertou, com antecedência, sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele ainda é o escritor de outros 14 livros, um deles sobre o vírus Ebola.

Ainda durante a entrevista, Quammen também disse que o mundo não ficará livre do coronavírus, e traçou uma comparação com o sarampo.

"Acho que nunca ficaremos completamente livres desse vírus. Acho que ficará conosco para sempre como uma doença endêmica, como acontece com o sarampo. O sarampo ainda mata milhares de pessoas todo ano, apesar de termos vacinas desde a década de 1950", ressaltou. Do Uol.

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