“O
fato de determinados grupos da população não serem imunizados não significa que
não estarão seguros porque outros grupos que convivem com aqueles estarão
imunizados e dessa forma não vão ter a possibilidade de se contaminar com a
doença. É por esse motivo que não vacinamos toda a população, por exemplo,
contra a influenza“, explicou Elcio Franco, secretário-executivo do
Ministério da Saúde.
Ele
citou ainda as limitações mundiais de produção. “Quando a gente fala em
imunização, o mundo não entende que terá que ter vacina para todos. A
própria Covax Facility, iniciativa que junta uma série de laboratórios,
ela almeja acesso a 2 bilhões de doses para a vacinar todo o mundo, e por aí
verificamos que é uma meta bastante ambiciosa porque não se imagina que haverá
vacina para vacinar todos os cidadãos do planeta Terra.”
A
coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério
da Saúde, Francieli Fontana, disse que “não temos uma vacina para vacinar toda
a população brasileira“. E ressaltou os públicos ainda não testados pelos
estudos vigentes. “Não podemos priorizar determinados públicos tendo em vista
que essa vacina não está sendo utilizada durante os testes nessa população, a
exemplo de crianças e gestantes”, destacou.
O
país possui um acordo com o laboratório AstraZeneca, que desenvolve uma
vacina em parceria com a Universidade de Oxford. Em 2021, o imunizante
será produzido em parceria com a Fiocruz para distribuição em
território brasileiro. A fundação prevê vacinar 130 milhões de brasileiros ao
longo do próximo ano, sendo 65 milhões no primeiro semestre e outros 65 milhões
no segundo semestre.
Além
dessa vacina, outra iniciativa em estudo é a coronavac, do laboratório chinês
Sinovac, que produzirá o imunizante em parceria com o Instituto Butantã,
em São Paulo. O Brasil também aderiu à Covax Facility mediante
pagamento de R$ 2,5 bilhões para poder acessar vacinas produzidas por um
conjunto de nove laboratórios. A primeira parcela desse pagamento, no valor de
R$ 830 milhões, já foi efetuada. As previsões, contudo, estão sujeitas ao
andamento dos estudos que avaliam a segurança e a eficácia dos imunizantes.
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