sábado, 21 de março de 2020

Arcoverde: Enfermeiros do Hospital Regional cobram equipamentos de proteção


              A crise de insumos hospitalares que já vinha ocorrendo nas unidades de saúde do Estado se aprofundou com a chegada do novo Coronavírus, colocando em risco os profissionais de saúde que atuam nos hospitais estaduais. Em Arcoverde não é diferente, e vários profissionais de enfermagem tem denunciado a falta de máscaras de proteção para os enfermeiros atuarem. A denúncia já foi levada a direção do Hospital Regional Rui de Barros Correia e revelada a pouco pela vereadora Zirleide Monteiro.

Segundo informações repassadas a parlamentar, somente ontem enfermeiras trabalharam com apenas duas máscaras cirúrgicas no plantão de 24 horas quando, no mínimo, deveria haver de 04 a 07 máscaras disponíveis para cada profissional. Os enfermeiros disseram que a direção da unidade alega o alto preço do produto, que teria passado de R$ 0,15 para R$ 3,00, o que ficaria inviável a compra.

A vereadora Zirleide Monteiro disse que iria procurar a direção do hospital para saber que medidas serão tomadas para sanar o problema. Segundo a informação repassada à parlamentar, o problema já teria sido levado ao conhecimento da direção da unidade, da administração da OS e também da prefeitura do município.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) lamentou, através de nota, a decisão do Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco (SEEPE) em decretar estado de greve, que pode entrar em vigor partir da próxima segunda-feira (23). Os profissionais denunciam escassez de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para atender pacientes de casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, como luvas, máscaras, óculos de proteção e avental. A Secretária ressalta que há uma crise nacional no abastecimento de insumos.

Por sua vez, o Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco (SEEPE), esclarece que os enfermeiros trabalhando sem máscaras, luvas, gorro, avental e óculos de proteção ao receber pacientes contaminados por coronavírus, torna-se transmissor da doença para pacientes que não estão infectados, bem como, contamina-se e leva o vírus para seus familiares.

“Quando o Governo deixa de fornecer esses materiais, além de faltar sabão, álcool em gel e papel toalha nos locais de trabalho, está virando as costas para o povo pernambucano. É lamentável que a Secretaria Estadual de Saúde (SES/PE), no lugar de atender as reivindicações da categoria, se limite a lançar nota contra o Sindicato”, afirma a nota do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco.

“No momento em que a população mais precisa dos enfermeiros, nós recebemos os pacientes com todo o profissionalismo e dedicação, apesar de estarmos há quinze anos sem reajuste salarial e não termos os equipamentos de proteção. Por isso é que somos reconhecidos pela sociedade inteira, menos pela Secretaria de Saúde, que não atende as reivindicações da categoria”, afirma a nota.

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