sexta-feira, 9 de agosto de 2019

STF nega pedido do PSL e mantém validade do ECA


             Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal ( STF ) manteve nesta quinta-feira a validade de todos os artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA ). A decisão foi tomada no julgamento de uma ação do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro , que pedia a derrubada de artigos da lei para endurecer as punições a jovens infratores. A derrota do PSL é um recado claro da Corte contra a política criminal para a juventude pretendida pelo governo.

Na ação, o partido pedia carta branca para autoridades apreenderem menores perambulando nas ruas para “averiguação”, mesmo sem indício de cometimento de qualquer irregularidade. Para o partido, são “vadios e sem rumo na vida”.

Um dos artigos do ECA contestados pelo PSL estabelece como crime a apreensão de criança e adolescente sem ordem judicial, ou situação de flagrante delito. Se esse trecho for retirado da lei, autoridades poderão apreender menores perambulando nas ruas, mesmo que não haja a suspeita de delito praticado.

O PSL argumentou primeiro que as autoridades precisam ter autorização para recolher esses jovens para fins de assistência social. Em seguida, mencionou que menores de rua costumam cometer infrações. Hoje, quem apreender uma criança ou adolescente fora das situações previstas no ECA fica sujeito a pena de seis meses a dois anos de detenção.

- O que se pretende é penalizar as crianças e os adolescentes pela ausência de efetiva proteção integral que deveria ser realizada pelo Estado, pelo país e pela sociedade. Se falham todos esses, vamos então criminalizar as condutas das crianças e adolescentes que vagam pelas praças, internando todas? É uma política de higienização terrível que, ao invés de buscar a integral proteção, criminalizam - disse o ministro Alexandre de Moraes.

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