Uma
troca de mensagens aponta que o procurador Deltan Dallagnol foi orientado pelo
ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro a não pedir a apreensão do celular do
ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) na época da prisão do político, em 2016. O
diálogo, obtido pelo site The Intercept Brasil, foi publicado nesta
segunda-feira (12) pelo site BuzzFeed News.
De
acordo com a reportagem, Deltan e Moro conversaram um dia antes da prisão de
Cunha, em 19 de outubro de 2016, sobre o assunto.
"Queríamos
falar sobre a apreensão de celulares. Consideramos importante. Teríamos que
pedir hoje", escreveu Deltan.
Moro
respondeu: "Acho que não é uma boa".
Na
mesma conversa, Deltan pede para se reunir com Moro para "explicar
razões" do pleito, entre outros temas.
Os
dois acertam um rápido encontro. Cerca de duas horas depois, o procurador
escreve: "Entendemos que não é o caso de pedir os celulares, pelos riscos,
com base em suas ponderações".
Cunha
já havia tido aparelhos apreendidos em uma outra operação derivada da Lava
Jato, no fim de 2015, quando ainda era presidente da Câmara.
Na
época de sua prisão, ele já estava com mandato cassado e não tinha mais foro
especial. Eventuais elos com autoridades com foro expostos em suas conversas
poderiam até provocar o remanejamento de seu caso para instâncias superiores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário