sábado, 10 de agosto de 2019

Deputados de Pernambuco têm aplicativos de mensagem invadidos


           A Polícia Civil está investigando invasões a aplicativos de mensagens de deputados de Pernambuco. Ao menos cinco deputados estaduais, um federal e um assessor foram vítimas. Criminosos se passaram pelos parlamentares para pedir dinheiro a contatos da agenda por meio de mensagens de texto. No caso dos deputados, os ataques ocorreram no WhatsApp. O assessor teve o Telegram clonado.

A Delegacia de Crimes Cibernéticos, no Centro do Recife, investiga as invasões a seis contas, sendo cinco de deputados, uma delas do federal João Campos (PSB), e outra do chefe de gabinete dele. Além disso, o deputado estadual José Queiroz (PDT) também informou, na quinta-feira (9), ter sido vítima dos criminosos.

De acordo com o delegado Eronides Meneses, responsável pelas investigações, os criminosos pediram transferências bancárias entre R$ 5 mil e R$ 23 mil. Os valores, comparados ao padrão para esse tipo de crime, é considerado alto. Três pessoas chegaram a repassar o dinheiro.

"Vimos que foi bem direcionado para os deputados. Através de um político, eles conseguiram os outros, porque essas pessoas estão em vários grupos e também têm backup de conversas. A partir daí, o golpista sabe quem são seus melhores amigos e pede dinheiro diretamente a essas pessoas", afirma o delegado.

Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira (9), a assessoria do deputado José Queiroz afirma que um invasor está usando seu número.

"O deputado estadual José Queiroz (PDT) teve o seu número de telefone clonado e, em consequência disso, está sendo alvo de um hacker que tem usado o acesso aos seus contatos para solicitar dinheiro, usando o nome do parlamentar", diz o texto. O parlamentar disse que os criminosos roubaram a linha de telefone dele para ter acesso aos dados e tentar aplicar os golpes.

"Vinha do Recife para Caruaru na quinta-feira e meu telefone parou de funcionar. O WhatsApp, a mesma coisa. Contactei a operadora, que bloqueou o telefone, mas ainda não consegui restabelecer. Vou pegar o protocolo e levar à delegacia", diz.

No caso do deputado João Campos, a conta invadida foi do WhatsApp for Business, que é uma modalidade do aplicativo de mensagens usada para negócios.

"Não foi minha conta pessoal. Uso esse número para distribuir ações do gabinete na imprensa e para outras pessoas. Eles mandaram mensagens pedindo dinheiro, com informações de cinco contas bancárias no estado do Maranhão. Se passavam por mim e pediam valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil", diz João Campos.

Para Campos, os ataques não aparentam ter cunho político e foram direcionados aos deputados simplesmente pelo número de contatos que os parlamentares têm.


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