O
presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (20) que deverá fazer
um "novo corte" no Orçamento, de R$ 2,5 bilhões. Segundo o
presidente, o governo ainda está decidindo em qual pasta será feito o corte. Bolsonaro
falou com jornalistas no início desta tarde, na portaria da residência oficial,
em Brasília. Em
frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o valor do possível corte é
uma "merreca" perto do Orçamento da União.
"Uma
merreca. Concorda que é uma merreca perto do orçamento trilionário nosso. É
pouca coisa, num orçamento de trilhão, 2 bilhões e meio é pouco. O que que
estamos decidindo [com a] equipe econômica, em vez de cortar em seis ou sete ou
oito ministérios e todo mundo ficar, morrer praticamente, corta de um só. Vamos
matar um ministério só. Tô sendo obrigado a decidir naquela história da
Sofia", afirmou.
Em
janeiro, o orçamento sancionado por Bolsonaro era de R$ 3,381
trilhões. Em março, o governo anunciou um primeiro bloqueio de R$ 29
bilhões. Em valores absolutos as áreas que sofreram maior bloqueio foram
Educação (R$ 5,83 bilhões) e Defesa (R$ 5,1 bilhões).
O
bloqueio é um congelamento de uma parcela das verbas do Orçamento Federal com o
objetivo de tentar cumprir a meta de déficit primário (despesas maiores do que
receitas, sem contar juros da dívida pública) de até R$ 139 bilhões para este
ano.
No
início de maio, o governo anunciou um bloqueio de 30% no orçamento de
todas as universidades e institutos federais e usou chocolates para
explicar o contingenciamento. O Ministério da Educação explicou, na
ocasião, que o bloqueio atingiu 3,4% do orçamento total das universidades
federais.
Neste
sábado, Bolsonaro voltou a falar com jornalistas sobre fome no país. "Da
forma como é pregado lá fora, não existe a fome no Brasil. O que eu falei é que
no Brasil se come mal", disse.
Um
relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)
divulgado este ano indica que o Brasil tem menos de 2,5% da população em
situação de desnutrição (o documento não detalha os índices abaixo de 2,5% para
nenhum país) entre 2016 e 2018. A edição anterior do mesmo relatório, divulgado
em 2018, estimava o número de pessoas desnutridas no Brasil em "menos de
5,2 milhões" no período 2015-2017.
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