domingo, 9 de junho de 2019

Intercept revela que mensagens provam ação combinada de Moro para condenar Lula


          Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram em nota que as mensagens privadas trocadas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, revelam uma atuação combinada com objetivo de condenar o petista. As mensagens foram divulgadas hoje pelo site The Intercept Brasil. 

Nas conversas, ao longo de dois anos, Moro sugeriu que o procurador trocasse a ordem de fases da Lava Jato, deu conselhos e pistas informais de investigação e antecipou uma decisão que ele ainda daria. Além disso, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público. A Constituição de 1988 determina que não haja vínculos entre o juiz e as partes em um processo judicial. Para que haja isenção, o juiz e a parte acusadora --neste caso, o Ministério Público-- não devem trocar informações nem atuar fora de audiências.

Em uma das mensagens, em 21 de fevereiro de 2016, Moro sugeriu a Dallagnol que fosse invertida a ordem de duas operações da Lava Jato. O procurador afirmou que haveria problemas logísticos para que isso acontecesse. No dia seguinte, ocorreu a 23ª fase da Lava Jato, a Operação Acarajé. "Em diversos recursos e em comunicado formalizado perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, em julho de 2016, demonstramos, com inúmeras provas, que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".

O perfil do ex-presidente no Twitter fez menções às dúvidas que Dallagnol revelou sobre as provas no processo do tríplex do Guarujá.

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