O
juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, homologou a
delação premiada do empresário Henrique Constantino, um dos donos da empresa
aérea Gol, em um desdobramento da Operação Lava Jato.
Constantino
admitiu participação em crimes em troca da liberação de recursos da Caixa
Econômica Federal após virar réu na Operação Cui Bono, desencadeada a
partir das delações premiadas do ex-dirigente da Caixa Fábio Cleto e do doleiro
Lúcio Funaro. A colaboração premiada foi assinada em fevereiro e validada pelo
juiz em abril.
Segundo
a decisão que validou o acordo, a delação de Henrique Constantino tem 11 anexos
e aponta "dados sobre fatos criminosos em operações com recursos do
FI-FGTS e da Caixa Econômica Federal, objeto das operações Sépsis e Cui Bono,
e, ainda, sobre outras investigações ou em relação aos quais sequer há notícia
de investigação, sendo, assim, importante para a sua elucidação".
A
defesa de Constantino afirmou que ele não pode se manifestar em razão do sigilo
processual. A Caixa Econômica Federal informou que presta "irrestrita
colaboração" com as investigações e que as operações do banco obedecem a
"padrões rígidos" de governança dentro da legislação.
Entre
os nomes citados na delação pelo empresário estão os ex-presidentes da Câmara
Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, além do ex-ministro Geddel Vieira Lima
e do ex-presidente Michel Temer.
Todos
os quatro são réus em desdobramentos da Lava Jato – Temer, inclusive, é
apontado como líder de organização criminosa formada pelos políticos do MDB.
Ele está preso, e nesta terça-feira (14), o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
julgará recurso apresentado pela defesa, que pede a libertação do
ex-presidente.
Segundo
a ação penal aberta a partir de denúncia do Ministério Público em outubro,
Constantino pagou R$ 7,077 milhões a Geddel, Cleto, Cunha e Funaro a fim de
obter para o grupo BRVias R$ 300 milhões, por meio de aquisição de debêntures
pelo FI-FGTS.
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