sexta-feira, 1 de março de 2019

Queiroz diz que gerenciava salários para expandir 'atuação parlamentar' de Flávio Bolsonaro sem conhecimento do deputado


         O ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz, disse ao Ministério Público que gerenciava a remuneração dos servidores do gabinete do então deputado para expandir sua "atuação parlamentar". Flávio, hoje senador, e o chefe do gabinete não tinham conhecimento da prática, segundo Queiroz.

O ex-assessor apresentou, pela primeira vez, esclarecimentos, por escrito, ao Ministério Público do Estado do Rio. A informação foi divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". No documento enviado pela defesa ao MP, Queiroz negou que tenha se apropriado dos valores.

De acordo com o conselho de controle de atividades financeiras, o Coaf, Fabrício Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em conta bancária entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O MP investiga se funcionários dos gabinetes devolviam parte dos salários aos deputados, numa operação conhecida como "rachadinha".

O ex-assessor afirma que o dinheiro era usado para ampliar a rede de colaboradores que atuavam junto à base eleitoral de Flávio.

Segundo o documento, Queiroz “entendeu que a melhor maneira de intensificar a atuação política seria a multiplicação dos assessores de base eleitoral, valendo-se, assim, da confiança e da autonomia que possuía para designar vários assistentes de base, a partir do gerenciamento financeiro dos valores que cada um destes recebia mensalmente”.

De acordo com a declaração, isso significa que, “com a remuneração de apenas um assessor parlamentar”, Queiroz “conseguia designar alguns outros assessores para exercer a mesma função, expandindo, dessa forma, a atuação parlamentar do deputado”. Isso chama-se salários cavalgados.

O ex-assessor não deu detalhes sobre como ocorriam essas contratações e quantos novos servidores teriam sido chamados para trabalhar para Flávio.

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