Três
anos após a epidemia do vírus da zika, doença transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti, tem reduzido o número de vítimas ano a ano em
Pernambuco. Apesar disso, os pesquisadores preveem uma nova epidemia de
arboviroses e alertam para que a população elimine os focos em que o vetor, que
também transmite dengue e chikungunya, se reproduz.
Em
2015, na época mais grave da microcefalia, foram registrados 272 casos no
estado. Em 2018, o número caiu para dez, mas todos os casos confirmados foram
de crianças que nasceram entre 2015 e 2017.
"O
número de casos está menor, mas ainda continuamos a ter casos, numa proporção
menor. Baixar a guarda, em relação à proteção individual, não deve acontecer.
Ela deve usar repelente, proteger as extremidades, evitar ambientes que estão
com muitos mosquitos. Isso deve ser mantido", explica Angela Rocha, chefe
do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz.
A
principal preocupação é com as mulheres grávidas. As gestantes que apresentam
os sintomas da zika na gestação são monitoradas. Em Pernambuco, nove mulheres
estão sendo acompanhadas pelos serviços de saúde por terem desenvolvido algum
sintoma da zika.
Segundo
Carlos Brito, professor de clínica médica e pesquisador da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), as epidemias tendem a ocorrer em um intervalo de
três ou quatro anos e, em Pernambuco, há uma condição ideal para a volta do
aumento nos casos.
Os
bairros pobres, sem saneamento básico, são os mais vulneráveis para a
proliferação do Aedes aegypti e a consequente transmissão da zika. No Recife,
outro agravante é a falta d'água, que leva ao armazenamento inadequado. Os
reservatórios e baldes com água parada servem como uma "maternidade"
para os mosquitos.
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