segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Pesquisadores preveem outra epidemia de arboviroses em Pernambuco


         Três anos após a epidemia do vírus da zika, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tem reduzido o número de vítimas ano a ano em Pernambuco. Apesar disso, os pesquisadores preveem uma nova epidemia de arboviroses e alertam para que a população elimine os focos em que o vetor, que também transmite dengue e chikungunya, se reproduz. 

Em 2015, na época mais grave da microcefalia, foram registrados 272 casos no estado. Em 2018, o número caiu para dez, mas todos os casos confirmados foram de crianças que nasceram entre 2015 e 2017.

"O número de casos está menor, mas ainda continuamos a ter casos, numa proporção menor. Baixar a guarda, em relação à proteção individual, não deve acontecer. Ela deve usar repelente, proteger as extremidades, evitar ambientes que estão com muitos mosquitos. Isso deve ser mantido", explica Angela Rocha, chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz.

A principal preocupação é com as mulheres grávidas. As gestantes que apresentam os sintomas da zika na gestação são monitoradas. Em Pernambuco, nove mulheres estão sendo acompanhadas pelos serviços de saúde por terem desenvolvido algum sintoma da zika.

Segundo Carlos Brito, professor de clínica médica e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as epidemias tendem a ocorrer em um intervalo de três ou quatro anos e, em Pernambuco, há uma condição ideal para a volta do aumento nos casos.

Os bairros pobres, sem saneamento básico, são os mais vulneráveis para a proliferação do Aedes aegypti e a consequente transmissão da zika. No Recife, outro agravante é a falta d'água, que leva ao armazenamento inadequado. Os reservatórios e baldes com água parada servem como uma "maternidade" para os mosquitos.


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