Em um movimento conjunto
inédito desde o início da nova legislatura, governadores do Nordeste estiveram
reunidos nesta terça-feira (5) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
em Brasília, durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento
Econômico Social Sustentável (CDESS). No centro do debate: a preocupação com as
sobretaxas que os Estados Unidos pretendem impor aos produtos brasileiros, com
impacto direto sobre as exportações e os empregos da região.
Entre os setores mais
afetados, a produção de frutas e açúcar — pontos fortes na balança econômica do
Nordeste — está no foco das discussões. Os gestores cobraram ações coordenadas
para enfrentar a ameaça tarifária e garantir apoio imediato ao setor produtivo
regional.
“Estou junto com
todos os governadores do Nordeste intensificando o diálogo para encontrarmos
soluções que minimizem o impacto das sobretarifas previstas ou até que elas
sejam evitadas. Nosso trabalho é garantir a solidariedade ao empresariado e a
manutenção dos nossos empregos”, afirmou a governadora de
Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), presente no encontro.
O presidente Lula reforçou
que o governo brasileiro já vinha se preparando para responder a medidas
protecionistas, e que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) para
contestar as tarifas. Ele também destacou os esforços para abrir novos mercados
e fortalecer o comércio exterior nacional.
“Nós vamos recorrer à
OMC e continuar atuando para fortalecer as exportações brasileiras, criando
novas oportunidades para as empresas nacionais”,
afirmou o presidente.
O vice-presidente da
República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, também participou da
reunião e garantiu que o Palácio do Planalto já trabalha em estratégias de
compensação e incentivo ao setor produtivo, com foco na manutenção dos
empregos.
“Vamos trabalhar para
reverter esse processo e apoiar as empresas, o emprego e o setor produtivo,
além de buscar novos mercados internacionais”,
declarou Alckmin.
Presidente do Consórcio
Nordeste, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, reforçou o comprometimento
dos estados com uma resposta nacional articulada. Segundo ele, os governadores
da região colocaram-se à disposição para somar forças com o governo federal na
criação de políticas públicas eficazes para o momento crítico.
“Sendo mantido esse
tarifaço, o governo federal e nossos governos irão anunciar medidas para
proteger os empregos. Medidas como oferta de crédito, incentivos fiscais e
compras governamentais estão sendo desenhadas”,
afirmou Fonteles.
A expectativa agora é que o
Planalto anuncie um pacote emergencial de medidas econômicas, que poderá
incluir:
- Linhas de crédito específicas para exportadores afetados;
- Aumento de incentivos fiscais e subsídios temporários;
- Expansão de compras públicas de produtos nacionais;
- Estratégias para diversificação de mercados internacionais.
Os estados do Nordeste, por
sua vez, devem complementar essas ações com medidas próprias de apoio à
produção local, envolvendo desde isenções estaduais até políticas de fomento e
capacitação.
A união dos governadores
nordestinos em torno do tema marca uma atuação política coordenada diante de
uma ameaça externa concreta. Ao mesmo tempo, reafirma a relevância da região na
cadeia de exportações brasileiras e o impacto que decisões internacionais podem
gerar na economia local e no emprego regional.
Enquanto o impasse tarifário
segue em pauta nas instâncias internacionais, a resposta dos líderes
nordestinos evidencia que o Nordeste quer ser ouvido, quer ser protegido e quer
continuar produzindo.
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