domingo, 27 de abril de 2025

Falha de gestão de Lupi prolongou fraudes no INSS e causou prejuízo bilionário

           Brasília – A demora do governo federal em agir diante de denúncias de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou em um prejuízo estimado em mais de R$ 6 bilhões aos cofres públicos e afetou milhares de aposentados e pensionistas.

O caso, que agora é alvo de investigações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), expôs falhas graves na gestão da Previdência Social. Documentos e relatos indicam que o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), e o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) — presidido por ele — foram informados sobre a existência do esquema em junho de 2023. No entanto, medidas efetivas para coibir as irregularidades só começaram a ser tomadas nove meses depois, em março de 2024.

Durante esse intervalo, a máquina de fraudes continuou operando livremente, gerando descontos irregulares que somavam quase R$ 250 milhões por mês nos benefícios dos segurados. O esquema envolvia 11 entidades conveniadas ao INSS, que realizavam descontos diretos nos salários dos beneficiários sem autorização válida.

A gravidade do problema foi destacada por Tonia Galleti, conselheira do CNPS, que levou a denúncia ao Conselho em 2023 e pediu providências urgentes. Na ocasião, Lupi prometeu levantar informações e apresentar respostas na reunião seguinte, o que não ocorreu. As entidades continuaram operando normalmente até que, somente na semana passada, os convênios foram finalmente cancelados.

Em nota ao Jornal Nacional, Carlos Lupi confirmou que tomou conhecimento das denúncias em junho do ano passado, mas defendeu que, a partir daquele momento, o INSS começou a revisar normas e formular mudanças, resultando na edição de uma instrução normativa em março de 2024. Mesmo assim, a resposta tardia permitiu o avanço do prejuízo bilionário.

A crise também culminou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, alvo direto da operação policial que investiga as fraudes.

Especialistas em administração pública e controle interno apontam que o caso evidencia a necessidade de maior celeridade na tomada de decisão e de rigor na fiscalização dos convênios firmados pela Previdência. "Sabíamos do problema, havia informações suficientes para uma ação rápida. O tempo perdido custou bilhões aos cofres públicos e à confiança no sistema de proteção social", resume um técnico da área ouvido sob anonimato.

Agora, além do dano financeiro, o governo federal terá o desafio de recompor a credibilidade do INSS e recuperar a confiança dos beneficiários, muitos dos quais viram seus rendimentos serem corroídos por descontos fraudulentos durante meses.


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