O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda-feira
(3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o senador Fernando
Bezerra Coelho (PSB-PE) pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção
passiva. Bezerra é aliado de primeira hora da prefeita reeleita de Arcoverde, Madalena Britto (PSB).
Na
mesma denúncia Janot também acusou os empresários Aldo Guedes, ex-presidente da
Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello
Filho. Os dois são apontados pelo procurador-geral como os operadores que
viabilizaram o repasse da propina ao parlamentar do PSB.
Segundo
a acusação, Bezerra Coelho recebeu, ao menos, R$ 41,5 milhões em propina de
dinheiro desviado da Petrobras em contratos com as construtoras Queiroz Galvão,
OAS e Camargo Corrêa para as obras de construção da refinaria de Abreu e Lima,
em Pernambuco.
A
propina, aponta o Ministério Público, teria sido repassada para o senador do
PSB entre 2010 e 2011, quando Bezerra Coelho era secretário estadual de
Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial
Portuário de Suape, onde se localiza a refinaria. Ainda
de acordo com o procurador-geral, o repasse teria sido feito por intermédio dos
empresários Aldo Guedes Álvaro e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, também
acusados na denúncia como operadores da propina.
Em
nota, a defesa do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), na pessoa de seu
advogado, André Luís Callegari, esclareceu que não tecerá qualquer comentário
sobre o conteúdo da denúncia. “Verifica-se, contudo, que os termos citados na
imprensa reforçam o que a defesa já vem esclarecendo: são imputações
absolutamente descabidas, baseadas em ilações e sem qualquer rastro de prova”
diz a defesa do senador socialista.