A
disputa protagonizada pela campanha eleitoral de Arcoverde tem outro ringue que
a população não participa e muitas vezes nem sabe: a jurídica. Nos mais recentes
rounds, a prefeita e candidata a reeleição, Madalena Britto (PSB), perdeu mais
uma causa pra a candidata do PTB, Nerianny de Zeca.
A
campanha da candidata socialista pediu a proibição, ou seja, censura, de uma
música que é tocada pelos paredões e carros de som de eleitores e simpatizantes
da campanha da esposa do deputado federal Zeca Cavalcanti, alegando que “denigre
a imagem da candidata Madalena Britto”. A música, de autoria do cantor Kuré, diz
em um dos trechos “vai perder verde véi sem futuro..eita bando de traíras”.
Na
sequência da música que virou febre e sucesso nas caminhadas e arrastões da
campanha do PTB, a música que a candidata socialista tentou censurar traz outro
trecho aonde diz ”esse verdinho fraco acabou com a cidade, o filho é quem
manda mas não tem capacidade. Maltrata o povão...regime autoritário, querem
vencer na marra pressionando os funcionários”. Em outra sequência, a música de
Kuré diz em sua letra “quebraram a saúde, tão na ostentação, estão de mansão
nova e cavalo de um milhão; esse verdinho é fraco, mas olha o que se viu, em
toda secretaria o que reina é o nepotismo”.
Na
decisão do juiz eleitoral Dr. Cláudio Márcio Pereira diz que “no caso em
apreço, verifica-se, sumariamente, da análise da documentação acostada a
existência de paródia, que traz críticas a administração. Ressalte-se que a
paródia já traz um cunho de brincadeira, galhofa, própria das campanha
eleitorais. Assim não vislumbro a ilegalidade alegada...Posto isso, INDEFIRO A
LIMINAR PLEITEADA, por falta da prova da probabilidade do direito”.