quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Montadoras temem perder investimentos em meio à crise política

                          A Anfavea (associação das montadoras) já se prepara para a próxima crise. Os sinais negativos vindos da política e da economia podem trazer queda na demanda após um longo período de filas de espera por falta de componentes nas linhas de produção.

"A gente já está com dificuldades por conta do planejamento de produção, entramos esse ano com problemas de fornecimento e de logística. Já estamos com muitos temas para fazer a gestão, e o que aconteceu ontem [os atos de raiz golpista do 7 de Setembro] não ajuda na retomada", diz Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, durante divulgação dos resultados de agosto do setor, realizada nesta quarta (8).

"Não nos cabe aqui discutir como isso será resolvido, esperamos que o Supremo [Tribunal Federal], do ponto de vista jurídico, encontre uma solução e, do ponto de vista político, que o Congresso tenha a decisão mais sábia possível, ouvindo a sociedade", afirma Moraes. "A imagem do país já não é boa, esses últimos eventos criam maiores preocupações em nossas matrizes."

"Sempre que vamos discutir com as matrizes, a primeira parte das reuniões é sobre a situação política e econômica do país. Disputamos espaço com países com melhores condições de receber investimentos e com um ambiente institucional estável", diz o presidente da Anfavea.

Quando ocorrer a nova retomada, as montadoras instaladas no Brasil precisarão disputar investimentos com outros países. E é aí que o cenário político pode ter influência negativa.

Em agosto, a produção caiu 21,9% na comparação com agosto de 2020. Em relação a julho, houve uma pequena alta de 0,3%, o que indica problemas em ambos os períodos. Foram montadas 164 mil unidades no último mês, número que inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

A regularização das linhas de montagem só deve ocorrer no segundo semestre de 2022, período que vai coincidir com as eleições presidenciais. A Anfavea sonha com a pacificação e teme que a crise institucional fomentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deteriore ainda mais o cenário econômico, levando os potenciais consumidores a não terem condições de adquirir um veículo novo.

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