Nesta quarta, a Polícia Federal também abriu um inquérito para investigar as negociações. As negociações envolvendo a aquisição da Covaxin são alvos do Ministério Público e da CPI da Covid. O imunizante é o mais caro negociado pelo governo federal até agora, e o contrato foi suspenso nesta terça (29).
O
contrato foi firmado entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos,
empresa responsável pela ponte entre o governo federal e o laboratório que
produz a vacina na Índia. A empresa é a única intermediária que não possui
vínculo com a indústria de vacinas.
Em
depoimento à CPI da Covid, na semana passada, o deputado Luis Miranda (DEM-DF)
e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, disseram
ter relatado ao presidente Jair Bolsonaro as suspeitas envolvendo a
Covaxin.
Segundo
Luis Miranda, ao ouvir o relato, Bolsonaro citou o nome do deputado
Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Barros nega
envolvimento em irregularidades.
Um dia antes do depoimento dos irmãos Miranda à CPI, Bolsonaro disse em uma rede social que houve a reunião com o deputado, mas negou que tivesse sido avisado sobre as suspeitas. À Procuradoria Geral da República, porém, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse ter sido avisado por Bolsonaro.
A
abertura da investigação criminal, autorizada pelo procurador Paulo José rocha
Júnior, atendeu a um pedido da procuradora Luciana Loureiro.
Na
avaliação da procuradora, não há justificativa para as inconsistências na
negociação “a não ser atender a interesses divorciados do interesse público”.
Segundo
os elementos reunidos, há indícios de possíveis irregularidades no contrato
para a entrega de 20 milhões de doses da Covaxin no valor total de R$1,6
bilhão.
A
dose foi negociada a US$ 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras
vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer.
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