Antes
com o discurso de vender tudo, a equipe econômica do governo Jair Bolsonaro
reviu sua política para estatais e agora vai deixar de privatizar ao menos 12
empresas. O
governo constatou as dificuldades ou a inviabilidade financeira de algumas
delas. Em outros casos, o problema é a resistência nos ministérios, especialmente
no caso das estatais ligadas à Defesa.
Além
de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, o Ministério da
Economia inseriu na lista de empresas que não serão vendidas 8 das 18 estatais
que dependem de recursos do Tesouro para sobreviver.
Entre
elas, estão companhias do ramo militar como a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias
de Defesa). Ligada à Marinha, desenvolve o submarino de propulsão nuclear. O
projeto começou em 2012 e deveria ser concluído em 2025 – com o atraso, o
término foi adiado para 2029.
Outra
a ser mantida é a Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), criada em
2013. Também ligada à Marinha, gerencia pedidos de embarcações, reparos navais
e comercializa bens no setor.
Permanecerá
pública também a Indústria de Material Bélico do Brasil, que fabrica e vende
produtos de defesa e segurança para clientes como Forças Armadas, polícias e
clientes privados.
Contribuíram
para a decisão nessa área as diferenças de visão entre militares e equipe
econômica sobre as privatizações. As divergências começaram a aparecer já na
época da transição de governo, no fim do ano passado.
Representantes
do time do ministro da Economia, Paulo Guedes, já falavam que, por eles, seriam
colocadas à venda todas as estatais –mas que representantes das Forças Armadas
eram contrários.
A
diferença já foi exposta por Guedes. "Os nossos militares olham para
algumas delas [estatais] com carinho, como filhos, porque foram eles que as
criaram. Mas eu digo 'olha que seus filhos fugiram e hoje estão
drogados'", afirmou em evento sobre privatizações em fevereiro.
A resistência é observada também em outras pastas. Desde o começo do ano, representantes da equipe econômica têm feito reuniões com diferentes ministérios com o objetivo de checar a viabilidade das privatizações. Encontram resistências dos titulares. Bolsonaro também já se posicionou de forma contrária à venda daquelas consideradas estratégicas para o país.
A resistência é observada também em outras pastas. Desde o começo do ano, representantes da equipe econômica têm feito reuniões com diferentes ministérios com o objetivo de checar a viabilidade das privatizações. Encontram resistências dos titulares. Bolsonaro também já se posicionou de forma contrária à venda daquelas consideradas estratégicas para o país.
Também
será mantida a Embrapa (de pesquisa agropecuária), ligada à Agricultura. A
interpretação é que companhias como essa geram um valor que não é apenas medido
pelo lucro ou prejuízo.
Há
um conjunto de outras empresas consideradas no governo importantes para executar
ações ligadas a políticas públicas e que, por isso, serão mantidas neste
momento.
Estão
nesse universo empresas ligadas a hospitais, como a Ebserh (Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Grupo
Hospitalar Conceição. A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais),
vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também segue estatal.
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