quinta-feira, 6 de junho de 2019

Barragem com 3 bilhões de litros de água sob ameaça de estouramento em Paudalho


              Os moradores da comunidade de Guadalajara, em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco, estão com o abastecimento de água comprometido. A causa é o esvaziamento da barragem Bicopeba, que fornece água para as 12 mil pessoas que moram na localidade, situada a 3 km de distância do reservatório. 

Uma das sete barragens construídas nas terras da Usina Petribú para irrigar as plantações de cana-de-açúcar, Bicopeba é a única que, há 80 anos, não é mais usada para a agricultura, e sim para o abastecimento de água de Guadalajara.

Em 2017, as chuvas fortes que caíram na região da Zona da Mata Norte elevaram o nível da barragem. A água subiu e transbordou pelo sangradouro, ou vertedouro, que é a estrutura que permite que a água que não cabe mais na barragem saia de dentro dela e corra por um local seguro até chegar a um rio.

A força da enxurrada foi tão grande que destruiu parte da estrutura por onde a água escorreu. De acordo com o engenheiro da propriedade, Marcelo Alexandre, o dano oferece risco a toda a estrutura.

“Se ela chegar ao nível máximo e a água extravasar pelo sangradouro, ela corre o risco de ter uma erosão regressiva. O aumento dessa erosão, que já aconteceu, pode chegar a romper a barragem”, afirma o engenheiro.

A solução para conter um possível rompimento é esvaziar a barragem, que tem 3 bilhões de litros de água, e fazer um conserto. O processo de esvaziamento começou em maio de 2019 com a utilização de motobombas, que já conseguiram retirar 70% da água do reservatório.

A água que resta no reservatório e que ainda consegue chegar à casa dos moradores não recebe nenhum tipo de tratamento. De cor amarelada e barrenta, a água não serve para o consumo. “Só serve para gasto mesmo. Lavar roupa, para essas coisas”, conta a dona de casa Maria Severina Ferreira.

O MPPE informou que abriu um inquérito para levantar informações sobre a segurança da barragem de Bicopeba. Além disso, solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) que providenciem os reparos na parede dessa barragem.

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