Os advogados de acusação do
caso de violência sexual do Padre Airton Freire informaram, nesta segunda-feira
(28), que vão revogar da prisão domiciliar concedida ao sacerdote. A junta de
advogados está representando duas das vítimas, entre elas, a personal stylist,
Silvia Tavares de Souza, que acusou o padre de participar de um estupro, quando
personal esteve no retiro religioso organizado pela Fundação Terra, em
Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, em agosto de 2022.
Nesta manhã, a assistência
de acusação realizou uma coletiva de imprensa, sendo este o primeiro
pronunciamento sobre o caso. Durante a coletiva, o assistente de acusação
enfatizou que o sacerdote teria condições de estar em prisão preventiva. “O
padre não está solto, o padre está preso, mas ele está preso no lugar errado. A
justiça reconheceu o direito de uma prisão domiciliar que na nossa visão o
Judiciário errou. O padre tem total condições de estar preso", pontuou o
advogado responsável pelo caso, Rafael Nunes.
Desde a última quinta (24),
o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu a prisão domiciliar ao
Padre Airton Freire, fundador da Fundação Terra. Diante ao risco de saúde, a
defesa alega que o sacerdote não tem condições físicas para se manter na
prisão. “Na sustentação, deixamos claro que o padre corre, conforme os laudos
médicos, risco altíssimo de morrer na prisão, onde não poderia ter atendimento
médico adequado e rápido”, alegou a defesa do padre Airton.
O padre Airton Freire, de 67
anos, está preso preventivamente desde 14 de julho, no Presídio Advogado Brito
Alves, em Arcoverde, no Sertão, após as denúncias de estupro. Contra ele, há
quatro inquéritos e dois processos ocorrendo em segredo de Justiça. Desde de 24
de julho, o sacerdote encontra-se sob cuidados intensivos do Real Hospital
Português (RHP) devido a duas cirurgias cardíacas válvula aórtica e a
implantação de um marca-passo.
Em resposta, a acusação
alega que o religioso tem condições para retornar à prisão preventiva, e teria
a capacidade de ter seus cuidados médicos prestados dentro do presídio. "O
padre teve a oportunidade de fazer uma cirurgia, fez a cirurgia e poderia ir
diretamente ao presídio, e o sistema prisional tem que ter total condição de
ter o seu setor ambulatorial, as enfermarias. Se for necessário socorrer,
devido a uma piora, socorre", explicou.
Além do caso da personal
stylist, Silvia Tavares, o advogado Rafael Nunes informou que atua em defesa de
uma outra vítima, desta vez um homem, de 36 anos, no qual por sigilo das
investigações não citou detalhes sobre o mesmo. “Pontuaria sem problema nenhum
o que ele me falou. Relevo que no dia que ele me contou a violência que sofreu,
da forma que aconteceu, não consegui dormir, uma coisa terrível. A questão do
inquérito dele ainda está em fase de investigação", detalhou.
Na última terça (22), a
defesa do padre, protocolou um pedido para que a Polícia Civil de Pernambuco
para que abrisse três inquéritos para investigar supostos crimes cometidos pela
personal stylist, Silvia Tavares. Sobre mensagens em que Silvia
confessaria ter praticado cinco assassinatos, as supostas mensagens seriam
arquivos de áudio e texto que teriam sido enviados a uma amiga de Silvia, mas
que foram apagados.
“Isto é uma tentativa de
descredibilizar a Silvia, isso não faz qualquer sentido. Estão querendo
inverter os papéis, estão querendo colocar Sílvia num lugar que ela não deve
ocupar, ela é a vítima. Será que a Sílvia estaria solta? Será mesmo que, se
isso tivesse algum sentido, ela não estaria presa? Claro que sim. São cinco
homicídios, será que faz algum sentido? Isso é uma tentativa de deixá-la fraca,
ser descredibilizá-la e até desencorajar outras vítimas", enfatizou Rafael
Nunes.
O advogado de acusação alega
que nenhuma das vítimas se conhecem, e que pode haver mais denúncias sobre o
religioso. No entanto, a prisão domiciliar por ser algo que dê receio às
vítimas que ainda não denunciaram, por achar que o padre está impune. “A prisão
domiciliar traz uma sensação de impunidade, fazendo com que outras vítimas
fiquem com medo de denunciar o padre e não obter justiça”.
Sobre as seis denúncias, a
acusação afirma que “não são vítimas isoladas, são seis vítimas que não se
conhecem, que narram com muita segurança e coerência as violações que sofreram.
Desde que se operou foi para um verdadeiro hotel cinco estrelas, que é a casa
dele", destacou Rafael Nunes.
Ainda segundo a acusação,
“Quem ainda não teve a coragem de fazer a denúncia, tenha, porque o sigilo é
garantido. A Silvia é um caso à parte, ela quis mostrar o rosto e detalhar o
que ela passou. Mas você que foi vítima e não teve coragem de fazer a denúncia,
acredite na polícia. Você que é vítima lembre, você sempre terá tratamento
vítima”, afirmou.
Após o caso houve a criação
de um número especial para efetuar denúncias sobre o caso do padre Airton
Freire, o telefone é o (81) 99488-7082. Os investigadores disponibilizaram o
número para que outras possíveis vítimas do religioso possam denunciá-lo. Do Diario de Pernambuco. Foto: Ruan Pablo/ESP DP)
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