O Ministério Público Eleitoral decidiu pedir uma
nova eleição em Joaquim Nabuco, Mata Sul de Pernambuco. A decisão foi tomada
porque o então vice-prefeito eleito foi flagrado jogando dinheiro para os
eleitores logo após a confirmação do resultado das Eleições 2020, na noite
de 15 de novembro de 2020, conforme informou o MP.
De
acordo com o MP Eleitoral, testemunhas relataram que "muita gente pegou
dinheiro" e que "teve gente que pegou R$ 200, R$ 150". O MP
informou que as cédulas de R$ 50 e R$ 100 "foram arremessadas da varanda
da residência do vice-prefeito, Eraldo de Melo Veloso (MDB)".
Por
meio de nota, a defesa dos gestores informou que "o prefeito Neto Barreto
lamenta a judicialização das eleições 2020 ao passo que promove com ímpeto e
muita serenidade sua defesa, confiando na justiça".
"Ele
[Eraldo de Melo] e o prefeito, Antônio Raimundo Barreto Neto (PTB), eleitos
pela 'Coligação União por Joaquim Nabuco', também ofereceram R$ 200, terreno e
emprego a duas eleitoras em troca de votos. Ambos podem perder o mandato, o que
resultaria em nova eleição no município", informou o Ministério Público.
O
MP Eleitoral explicou que, em ação proposta pela coligação adversária, Eraldo
de Melo Veloso e Neto Barreto, como o prefeito é conhecido, "foram
condenados em primeira instância, pela 38ª Zona Eleitoral de Pernambuco, por
abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio (compra de
votos)".
Por
causa da condenação, o prefeito e o vice receberam pena de cassação do registro
de candidatura, de inelegibilidade por período de oito anos e multa de R$ 20
mil reais para cada um. Ambos recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral de
Pernambuco (TRE-PE) para tentar reverter a decisão.
No
parecer apresentado ao Tribunal, o Ministério Público Eleitoral defende a
manutenção da cassação dos diplomas eleitorais de Eraldo Veloso e Neto Barreto,
confirmação da perda dos cargos e realização de nova eleição direta no
município, pois os votos obtidos pela chapa seriam considerados inválidos,
segundo o MP.
"Os
atos são altamente reprováveis e mancham profundamente a legalidade do processo
eleitoral em Joaquim Nabuco; por isso deve a Justiça Eleitoral realizar novas
eleições", disse o procurador regional eleitoral Wellington Cabral
Saraiva.