O
processo foi aberto em 2020 pela Corte, que atendeu a um pedido da
Procuradoria-Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo
ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo acabaria no próximo dia 27.
"Considerando
a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências
em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal,
prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final
anterior (27 deste mês), o presente inquérito", escreveu Moraes.
Em
novembro, o presidente Jair Bolsonaro se apresentou à Polícia Federal para
prestar depoimento sobre o inquérito que apura a suposta interferência do chefe
do Executivo na corporação para blindar familiares e aliados de investigações.
Bolsonaro
respondeu às perguntas do delegado Leopoldo Soares Lacerda, da PF. Ele disse
que não interferiu na autarquia e que trocou o então diretor-geral, Maurício
Valeixo, no ano passado, por "falta de interlocução".
O
chefe do Executivo ainda atacou Sergio Moro e disse que o ex-ministro da
Justiça e Segurança Pública teria condicionado aceitar o delegado Alexandre
Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal caso fosse indicado para o cargo
de ministro do STF. "Ao indicar o DPF Ramagem ao ex-ministro Sergio Moro,
este teria concordado com o presidente desde que ocorresse após a indicação do
ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal", disse
Bolsonaro.
Segundo
Moro, o chefe do Executivo queria trocar o diretor-geral da PF para ter acesso
a informações e relatórios confidenciais de inteligência. A demissão de
Maurício Valeixo trouxe a crise que levou à demissão de Moro, em maio do ano
passado. Sendo homem de confiança do ex-juiz, ele foi levado à direção da PF
por ele. Quando Bolsonaro pediu a substituição, Moro tentou evitar a troca, mas
acabou pedindo demissão.
No
caso, Jair Bolsonaro está na condição de investigado. Uma das provas é o vídeo
da reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020.
No encontro, o chefe do Executivo disse que iria "intervir" na
superintendência da corporação no Rio de Janeiro, para beneficiar familiares.
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