"Nunca
o Brasil foi tão ameaçado como agora", afirmou Doria, em evento no Rio de
Janeiro para angariar apoio para as prévias da eleição que definirá o candidato
do PSDB à Presidência da República em 2022. O nome do partido para a disputa
será escolhido em novembro.
Segundo
Doria, o encontro foi articulado em parceria com o governador do Piauí,
Wellington Dias (PT), que coordena o grupo dos 24 mandatários estaduais. O
governador não informou quais seriam os três ausentes ao encontro desta
segunda.
"Não
vamos tratar de pandemia, vamos tratar de democracia. Os governadores que se
sentirem à vontade em se manifestar, vão também defender o Supremo Tribunal
Federal e condenar qualquer flerte com o autoritarismo e iniciativas
autoritárias no país", afirmou o governador.
Na
sexta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Senado pedido de
impeachment do ministro do Supremo Alexandre Moraes, que coordena investigações
sobre atos antidemocráticos. Neste sábado, Bolsonaro defendeu que fez tudo
"dentro das quatro linhas da Constituição".
O
pedido foi entregue no dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e
apreensão em endereços do cantor Sérgio Reis e do deputado Otoni de Paula
(PSC-RJ), aliados do presidente. As medidas foram solicitadas pela PGR
(Procuradoria-Geral da República) e autorizadas por Moraes.
O
pedido de impeachment gerou como resposta uma nota de repúdio do próprio STF e
aprofundou o clima de ruptura entre os Poderes. A corte disse que
"manifesta total confiança" em Moraes e que "o Estado
democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas
decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias,
obedecido o devido processo legal".
Doria
disse no Rio que o encontro dos governadores ganha relevância diante da
proximidade com as celebrações do 7 de Setembro, quando bolsonaristas planejam
sair às ruas em defesa do presidente e contra o STF.
"Há
sinais de que, por conta do 7 de Setembro, movimentos sejam promovidos por
bolsonaristas e bolsominions para defender o regime autoritário no país. E nós,
governadores, resistiremos", afirmou. "As manifestações são
soberanas, desde que sejam pacíficas, dentro também dos limites que cada Estado
estabelecer. Sem rasgar a Constituição, sem atentar contra ela e contra a
vida".
Segundo
Doria, a reunião deve ter também um ato em defesa do meio ambiente, sugestão do
governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), com quem o governador
paulista jantou nessa sexta-feira. "Será um consórcio pró meio ambiente,
chamado de Brasil Verde", afirmou.
Antes
do evento de campanha, realizado na ABI (Associação Brasileira de Imprensa),
Doria se reuniu com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM) e seu secretariado.
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