André
foi deputado federal durante os dois mandatos em que Lula esteve à frente da
presidência da República. Mas nunca esteve no Planalto, nunca fez uma foto com
ele, uma vez que era filiado ao DEM e exercia Oposição. Esse histórico fez
parte da conversa dois dois ontem, resultado de um convite feito pelo senador
Humberto Costa.
Ao
solicitar a presença de André, Humberto realçou que Lula já tinha falado com
Kassab, que nutre significativa deferência por André, hoje exercendo seu sexto
mandato de federal. Só ontem, no entanto, ele e Lula “trocaram figurinhas”.
Kassab mantém um diálogo fluído com Lula. E há uma bolsa de apostas dando conta
de que, ao menos no Nordeste, o PSD poderia liberar seus quadros para uma
construção de apoio ao projeto nacional do PT.
"Lula
já tem dois partidos que serão referências da frente ampla, que são o PSB, à
esquerda, e o PSD, mais ao centro", observa uma graduada fonte da Frente
Popular à coluna em reserva. Faz referência a uma articulação na qual caberia
ao PSB e ao PSD receberem lideranças que, por acomodação política, não caberiam
no PT, por exemplo.
No
PSD, há um reconhecimento latente a personagens que foram importantes na
formação da legenda e uma delas foi a ex-presidente Dilma Rousseff, que acabou
dando a benção para que o partido se habilitasse. O outro parceiro nessa
fundação, já sempre enaltecido por André e Kassab, foi o ex-governador Eduardo
Campos. Atualmente, há socialistas definindo a relação do PSB com PSD e PT como
"ajustada".
Nas
hostes petistas, há uma expectativa de que, no Nordeste, onde o PSD assume uma
feição mais alinhada a Lula, o partido possa liberar seus quadros. Na conversa
com André de Paula, acompanhada de outras lideranças, no Recife, Lula fez
elogios a nomes do PSD, a exemplo dos senadores Otto Alencar e Omar Aziz, além
de Eduardo Paes, recém-ingresso no PSD. Em Pernambuco, André, por sua vez, tem
nome cotado para integrar, na condição de candidato ao Senado, uma chapa
majoritária encabeçada pelo PSB. Nacionalmente, o PSD cogita lançar Rodrigo
Pacheco candidato ao Planalto, o que não tem inviabilizado, até o momento, os
acenos entre PSD e PT. Pernambuco foi palco, ontem, de mais um deles.
Ainda no encontro com André de Paula, Lula chegou a defender que Jaques Wagner não seja candidato ao Governo da Bahia em prol de uma candidatura do senador Otto Alencar. Há parcerias entre as duas siglas em vários estados já. Por Renata Bezerra da Folhape
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