No
documento, a entidade sindical destaca que "os empresários se sentem
jogados à própria sorte" por precisarem suspender suas atividades e não
receberem nenhum incentivo fiscal por parte do Governo do Estado. O Sindloja
alega ainda que diversos empresários estão à beira de um colapso financeiro e a
situação pode acarretar, inclusive, um processo de demissão em massa no
município.
"A
entidade sindical reitera a importância de preservar empregos, empresas e renda
da região, pelo que entende que o fechamento das atividades empresariais não é
a melhor solução para enfrentamento da disseminação do coronavírus", diz o
texto. O Sindloja cita ainda uma série de medidas a serem adotadas pelo
comércio da cidade para a retomada das atividades econômicas.
Confira
a carta do Sindloja na íntegra:
Ao Sr. governador Paulo Câmara,
O Sindicato dos Lojistas do Comércio de
Caruaru (Sindloja), que representa as empresas do comércio varejista de bens,
serviços, turismo e gêneros alimentícios, torna pública a sua discordância com
o novo decreto do governo estadual, sob nº 50.433, de 15/03/2021, que
estabelece novas medidas restritivas e fechamento das atividades sociais e
econômicas, no período de 18 a 28 de março de 2021.
Ciente do grave momento que a rede de
saúde enfrenta, a entidade se coloca à disposição para colaborar com medidas
que ajudem a amenizar essa crise, reforça que sempre defendeu a prevenção e a
vida, viabilizando medidas para proteger a sociedade local e regional contra o
avanço da covid-19.
No entanto, a entidade sindical reitera
a importância de preservar empregos, empresas e renda da região, pelo que
entende que o fechamento das atividades empresariais não é a melhor solução
para enfrentamento da disseminação do coronavírus.
O setor produtivo foi muito penalizado
diante da suspensão de atividades e restrições de horários de funcionamento,
considerando a não apresentação de quaisquer políticas públicas que amparem os
empresários dos setores, inclusive com relação a benefícios emergenciais de
proteção ao emprego, como foi o caso da lei 14.020/2020 e as medidas
provisórias nº 928 e 936, os empresários se sentem jogados à própria sorte.
Desta forma, o Sindloja registra que os
empresários estão no limite de um colapso financeiro, e infelizmente centenas
de empresas poderão fechar as portas, pois tal decreto inviabiliza a continuidade
de atividades, ensejando possibilidade de demissões em massa.
Neste sentido, é do interesse da classe
que medidas alternativas ao fechamento das atividades empresariais sejam
aplicadas para o enfrentamento da pandemia. O Sindloja enviou no ano passado,
através do secretário Alberes Lopes, protocolo com sugestões de medidas para
combate à disseminação do coronavírus, que aproveitamos o momento para
reforçar:
- Escala de horários para o início das
atividades econômicas: indústria 6h / construção civil 7h / serviços 8h /
comércio 9h, tendo no final do turno também uma hora de diferença, dessa forma
reduzindo a pressão no sistema de transporte público reduzindo dessa as
aglomerações costumeiras.
- Outra medida seria obrigar os ônibus a
trafegarem com sua lotação máxima, sendo todos os passageiros sentados com
máscaras e com as janelas abertas, não permitindo pessoa em pé.
- Os transportes de aplicativos e táxi
só permitirem no máximo dois passageiros no banco de trás.
- Aumentar fiscalização em locais de possíveis
aglomerações, como bares, festas, chácaras entre outros.
- Fazer campanha de conscientização da
população, inclusive pedindo apoio na fiscalização das normas de prevenção.
- Reforçar as medidas já em uso, como a
medição de temperatura, disponibilidade de álcool em gel para funcionários e
clientes, garantir o distanciamento no atendimento e zelar pela higienização
dos ambientes internos das empresas.
Defendemos que o distanciamento social
não seja sinônimo de proibição do trabalho e fechamento de atividades, tendo em
vista que 90% do comércio e serviços do município não possuem aglomerações,
devido as dificuldades geradas pela crise.
Dentro das lojas temos ambiente
controlado, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que
possuem conseguem manter número suficiente para garantir o distanciamento
necessário, a contaminação do covid-19 não está acontecendo no ambiente das
empresas.
Por fim, reiteramos ao governador do
Estado de Pernambuco que as medidas restritivas e de fechamento do comércio
sejam apresentadas e debatidas previamente com as entidades representativas,
bem como que não sejam editados outros decretos neste sentido, pois registramos
a necessidade de políticas públicas de vacinação, fiscalização contra
aglomerações e aplicação das medidas sanitárias, além da possibilidade eventual
de escalas de horário para atividade econômica como um todo.
Registramos que o objetivo maior do
Sindloja é garantir a saúde, emprego, renda e qualidade de vida aos empresários
e trabalhadores. Do NE10
Nenhum comentário:
Postar um comentário